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se perdendo em digressões. Ele explica que quando
se propôs ser autodidata precisou de um tipo de mapa
de navegação. Isso serve para visualizar aonde se
quer chegar. Muitas vezes, descobriu durante o per-
curso novidades que alteraram a rota no seu mapa,
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visão de quais conhecimentos deveria adquirir antes
de zarpar para o alto-mar agitado. “Eu estudava o que
eu quisesse, na hora que eu quisesse.”
Outras ferramentas vieram da biblioteca de seu
avô. Um homem que se dividia entre ser contador e
eremita. Assim que chegava do trabalho, tomava ba-
nho e se cercava da companhia de seus 7 mil livros
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muitos outros assuntos que posteriormente também
foram devorados pelo neto. Os mais importantes
foram os livros de aritmética dos anos de 1930 que
utilizou na escola e, inclusive, “estão na minha frente
agora, estou olhando para eles”, revela Rogerio duran-
te a entrevista para a
Revista Locaweb
. Na adoles-
cência, também recorreu aos livros que seu pai usou
na escola. Era a época do movimento da matemática
moderna no Brasil. Rogerio teve algumas dúvidas ao
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descobriu que professores de matemática, como Os-
valdo Sangiorgi, sentiam-se prestigiados ao receber
cartas com dúvidas de seus leitores. Assim, começou
a se corresponder com diversos autores. “Era ali que
eu ia sanar as minhas dúvidas. É um trabalho de pes-
quisa”, explica o autodidata que também pesquisava
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nhecido mais de um ponto de vista sobre cada tema.
Com o tempo, os clientes que procuravam Roge-
rio faziam isso a toda hora, inclusive durante madru-
As pessoas que recebem o cheque fictício costumam emoldurar a honraria. Rogerio não fez diferente
[
Na computação é muito comum usar a potência de base 16, também
conhecida como hexadecimal. Por isso, Knuth fez uso de uma
licença-poética-nerd para “pagar” Rogerio com uma moeda chamada
“hexadecimal dollars”.
Já o nome do banco, Bank of San Serriffe, trata-se de
outra brincadeira que faz referência à maior peça pregada pelo jornal britânico
The Guardian
. No dia da mentira de 1977, a publicação não mediu criatividade
para elaborar um suplemento de sete páginas sobre a República de San Serriffe.
Tudo o que os leitores quisessem saber sobre o arquipélago estava lá: como ao
longo dos anos esse pedaço de terra se moveu do Atlântico Sul, em direção ao
Oceano Índico, onde se encontra hoje; como foi descoberto pelos portugueses,
colonizado pelos ingleses e depois conquistado sua independência; quem eram
RV îRQJV VXD SRSXOD©¥R QDWLYD FRPR R SHWUµOHR PRYLPHQWD VXD HFRQRPLD
e quais são suas belezas naturais, que incluíam pontos turísticos capazes
de despertar em seus leitores a vontade de passar as férias lá. Eles queriam
conhecer Garamondo, Villa Pica, Cap Em e Umbra. Mas, depois, descobriram que
a república com o mesmo nome da família de tipos de letras San Serriffe não
passava de uma invenção.
HUMORNERD
gada, domingos e feriados, eram usuários domésticos
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PD FRLVD TXH HUD GHVDíDGRUD Ü ( DTXHOH ULWPR FRPH
çou a minar seu plano de criar produtos e serviços
revolucionários, como faz o bilionário Elon Musk. Ele
ganhou a alcunha de Tony Stark da vida real. Musk é
CEO da Tesla Motors e da SpaceX. Recentemente, de-
clarou estar envolvido na criação de um jato elétrico
supersônico que decola verticalmente.
“Eu estava numa cidade pequena e me via limita-
do.” Essa limitação também acontecia por causa de
uma imposição cultural da nossa sociedade. Mesmo
que demonstrasse competência total na área em que
atuava há mais de uma década, o fato de não possuir
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esse cara sabe mesmo? Era o tipo de questionamento
que foi deixando Rogerio cada vez mais frustrado.
Chegou a um ponto em que percebeu que pre-
cisava de uma formação universitária se quisesse
progredir. “Eu queria mostrar para as pessoas que eu
também era capaz de fazer aquilo.” Rogerio já havia
REVISTA LOCAWEB
CAPA
“EU ESTAVA NUMA
CIDADE PEQUENA E
ME VIA LIMITADO”
Rogerio