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desenvolvido emPHP por umnovo funcionário da Tray,
resolveu esse problema e inaugurou concorrência em
uma praia em que o PayPal, utilizado pelo MercadoLi-
vre, se bronzeava. Nesse momento, Willians também
aproveitou o conhecimento que adquiriu cuidando
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Pagamento Digital relatórios do jeito que sabia que os
lojistas precisariam.
Depois de poucos meses de funcionamento,
o parcelamento de compras do Pagamento Digital
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passar o pagamento para as lojas a Tray precisava
pegar dinheiro emprestado. “Eu achei que não ia
conseguir tocar isso sozinho”, revela Willians. Ele
pediu ajuda para alguém que sempre esteve acom-
panhando seus passos.
– Leandro, eu já estou com muita coisa e quero
dividir. Você quer ser meu sócio?
O irmão mais velho que já tinha expertise em
negociação com bancos, topou. No mesmo ano, em
2007, o site de comparação de preços, Buscapé, fez
uma proposta para comprar o sistema de pagamen-
tos digitais da Tray. “Para qualquer startup é uma vitó-
ria. Era um sistema criado lá no interior, de uma forma
até artesanal, com uma única pessoa no início, que já
conseguiu chamar a atenção do Buscapé, uma empre-
sa enorme”, fascina-se Willians com o primeiro gran-
de reconhecimento de seu trabalho. Posteriormente,
o Buscapé mudou o nome do sistema para B!cash.
“Mesmo que não tenha o meu nome lá, eu sei que é
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construir alguma coisa. Eu acho que o empreendedor
também deve ter desapego, senão ele vai sofrer. Isso
é muito importante também para quem está montan-
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ção, quando um contrato assinado o forçava a encarar
a venda de sua cria, o Pagamento Digital.
O próximo passo foi verticalizar e espelhar a Tray
em forma de edifício. Sua sede foi construída em Ma-
rília, no ano de 2009. Hoje abriga 150 funcionários e
oferece também gateway de pagamento, soluções
para fazer identidade visual das lojas e logística. Dois
anos depois, Willians se casou e em 2012 concreti-
zou a segunda venda da Tray, mas dessa vez de uma
forma diferente. A empresa líder em hospedagem de
sites no Brasil procurava uma empresa que ofereces-
se uma plataforma completa de soluções de e-com-
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e-commerce da Locaweb.
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lançado ao se inscrever no Radical Innovation Short
Programs, um curso de verão do MIT, pois seu nível
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so intensivo e depois viajou para os Estados Unidos
duas semanas antes do curso começar para treinar
o idioma. Quando as aulas tiveram início, ele viven-
ciou uma diferença gritante nos quesitos inovação e
empreendedorismo. “O MIT tem uma visão de que ele
desenvolve teoria, mas que também tem de desen-
volver soluções práticas em parceria com empresas.
Então, investem em empresas, estimulam professo-
res e alunos a montar startups, além dos laboratórios
de tecnologia e empresas farmacêuticas que ganham
benefícios por estarem dentro do campus. No Brasil
tem uma distância muito grande entre as faculdades
e as empresas.”
No MIT, Willians também foi exposto ao conceito
que Tom Peters, o guru da gestão, vem difundindo há
anos. “Teste rápido, falhe rápido e ajuste rápido.” Não
era uma novidade para sua personalidade inquieta.
Nas últimas férias que teve, Willians voltou a suas
origens. Entre o Natal de 2015 e Ano-Novo, desenvol-
veu um sistema que se conecta a APIs da loja virtual
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vendeu ou quais são os produtos mais vendidos, por
exemplo. Com testes gratuitos por 30 dias. “Eu ainda
gosto muito de programar, mas acabei fazendo mais a
gestão da Tray”, pontua.
A estrutura da Tray precisou se adaptar a novos
processos, mais burocráticos, pois desde a aquisição
feita pela Locaweb novas ideias precisaram pas-
sar por mais departamentos, agora da marca-mãe.
Pensando nisso, Willians, que deixou de ser dono
de uma empresa de tecnologia para se tornar um
executivo, aproveitou a experiência dos professo-
“A tecnologia
mudou toda a
minha vida”,
reconhece
Willians
Foto: Marcio Hanashiro
REVISTA LOCAWEB
GENE
DA
TECNOLOGIA