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REVISTA LOCAWEB
que ainda engatinha é sempre
encarada como algo dispendioso
e, por vezes, inútil. Mas, após um
período de adaptação, se ela se
tornar realmente essencial no dia
a dia das pessoas, o cenário se
reverte. “O que estamos passando
com IoT é o mesmo que ocorreu
na década de 1980, quando os
computadores pessoais surgiram.
Antigamente, os PCs eram caros
e inacessíveis. Apenas quem
dominava programação conseguia
lidar com eles. Hoje, estamos
adaptados à tecnologia. As
máquinas se tornaram portáteis
e fáceis de usar. A IoT vai seguir o
mesmo caminho”, conta.
A boa notícia é que o Brasil
é um território relevante para o
desenvolvimento da tecnologia.
Isso porque existe um incentivo
do governo para que as
empresas invistam em IoT. “O
desafio, entretanto, é passar a
ser um participante de peso no
desenvolvimento de soluções
voltadas para esse mercado,
tanto pelo lado do software
como do hardware. Hoje, as
grandes inovações na área ainda
são geradas pelos países mais
desenvolvidos e de custos mais
competitivos”, comenta Nuno.
Em todo o mundo, o setor que
mais avança no desenvolvimento
de soluções de IoT é a indústria.
Entre 2011 e 2015, mais de
US$ 31 bilhões foram investidos
pela área na tecnologia. Os dados
divulgados pela consultoria Ovum
ainda apontam que a Intel é
líder em investimento, com
US$ 16,7 bilhões. O cenário é tão
favorável que até deu margem para
uma nova revolução industrial,
batizada de Indústria 4.0.
Indústria 4.0
Cada vez que o ser humano
desenvolve técnicas que
impactam drasticamente a
sociedade e a economia, uma
nova revolução industrial é
instalada. A primeira iniciou no
século 18 e teve como peça central
as máquinas a vapor. A segunda
ocorreu emmeados do século 19 e
foi impulsionada pela eletricidade.
A terceira, também chamada de
Revolução Tecnocientífica, teve
início no século 20 e originou-se
com a automação das máquinas.
Agora, a quarta revolução, a
Indústria 4.0, está promovendo a
conexão entre os dispositivos.
“O objetivo dessa nova era
é conseguir oferecer, ao mesmo
tempo, ganhos de escala e
customização de produtos. Para
isso, tanto as decisões a respeito
do que produzir como a própria
fabricação se darão de maneira
descentralizada. E esse ambiente
de máquinas interligadas, com
ótima qualidade de conexão
e inteligência na ponta, só é
possível com a disseminação da
IoT”, afirma Nuno.
Os três grandes fatores que
estão impulsionando as empresas
Luli, consultor
em inovação
digital, acredita
que a IoT levará
um tempo para
se popularizar,
assim como
aconteceu com os
PCs. Fábio (dir.),
da Intel, reitera
que o custo de
desenvolvimento
ainda é alto
O setor que
mais investe na
tecnologia e colhe
frutos atualmente
é a indústria, que
passa por uma
nova revolução
Tecnologias
como IoT e
Big Data já estão no
mercado há um bom
tempo, mas ainda
não são usadas a
fundo porque não há
profissionais que
consigam integrá-las
Rodrigo Arruda,
professor de engenharia do Insper
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