Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  28 / 68 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 28 / 68 Next Page
Page Background

capa

28

REVISTA LOCAWEB

consumo emmassa e poucos

irmãos para dividir os bens. O

resultado é a geração millennial.

“Essa safra vive em ummundo

voltado para o seu umbigo e com

alternativas para tudo. Há mais

opções de canais de TV, de carros,

de sites de relacionamento.

Acabaram as restrições, mas em

compensação aumentaram as

oportunidades e o senso crítico”,

afirma Eline Kullock, CEO da

Stanton Chase e especialista em

comportamento dos jovens.

A liberdade de expressão

é outro fator-chave no

comportamento dos millennials. Se

antes os jovens tinham de reprimir

sentimentos e angústias, agora têm

uma poderosa ferramenta emmãos

para confessá-los: as redes sociais.

“Poder colocar para fora o que

incomoda faz comque os jovens

de hoje pareçammais sensíveis. E

a aparição de jogos como

Baleia

Azul

e séries como

13 Reasons Why

contribuem comessa afirmação.

GERAÇÃO NEM-NEM?

De 2014 para 2015, o percentual de jovens brasileiros que

não trabalham nem estudam aumentou de 20% para 22,5%.

Os dados são da última pesquisa divulgada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ver isso apenas como

um estereótipo negativo dos millennials, entretanto, é algo

inconsistente diante da realidade social. “Antigamente, o jovem

era obrigado a entrar no mercado até os 20 anos. Agora,

é incentivado a estudar mais e depois procurar emprego, o

que nem sempre é fácil. Por isso, é comum encontrar quem tem

25 anos e não está trabalhando nem estudando”, diz Sidnei.

Eline, por sua vez, destaca que essa geração demora mais

para estudar e trabalhar porque se sente indecisa sobre qual

caminho seguir. “Os jovens são impactados com notícias de que

a indústria vai acabar, o jornal vai deixar de existir e o modelo de

negócios que conhecemos vai ruir. Então, questionam se de fato

vale a pena perder tempo com uma profissão que pode não ter

espaço daqui a dez anos”, afirma a especialista.

Tal cenário, entretanto, não abrange todos os millennials, e

sim uma faixa de quem tem uma boa infraestrutura doméstica.

“Famílias carentes nas quais os mais novos são forçados a

procurar emprego para ajudar com a renda não podem bancar

esse estereótipo”, comenta Sidnei. E tudo isso precisa ser levado

em conta antes de julgar uma geração inteira e, pior, não saber

trabalhar com suas peculiaridades.

Mas a realidade não é bemassim.

Na verdade, isso revela apenas que

conseguem lidar melhor comas

frustrações e estãomais dispostos

ao debate”, diz Sidnei.

Isso ajudou a gerar, inclusive,

outra característica marcante dos

millennials: o desapego aos bens

materiais. Para eles, vale bem

mais a experiência de viver do que

a de ter. “Essa geração prefere a

mobilidade a um custo acessível

que a Uber oferece, por exemplo,

a ter um carro na garagem. É mais

simples, barato e prático. O status

vem de outros setores. Já alguém

mais velho tem o pensamento

de que é necessário ter um

automóvel, porque isso é reflexo

do esforço. É uma mudança total

no contexto social que estamos

vivendo”, conta Sidnei.

Serviços como Airbnb, Nubank

e muitas outras empresas nativas

Cartões, como o

de débito da Neon

e os pré-pagos da

Brasil Pré-Pagos,

são os queridinhos

dos mais jovens,

já que podem

ser gerenciados

por aplicativos

De acordo com

Eline, especialista

em comportamento

dos jovens, alguns

millennials relutam

em estudar por

não querer perder

tempo com carreiras

sem futuro