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REVISTA LOCAWEB
Spotify está no topo da lista de ferramentas de streaming
mais populares da web. Resultado do desejo de Daniel Ek
de combater a pirataria na Suécia, o serviço deixou as terras
geladas da Escandinávia para conquistar o mundo
FICHA TÉCNICA
Empresa:
Spotify
Fundação:
2006
Sede:
Londres,
Reino Unido
Canais de comunicação:
/SpotifyBrasil
@spotify
www.spotify.com/brN
o começo tinha de
ser ao vivo e a
cores. Depois,
migrou para
móveis enormes até que se
enfiou em caixinhas e surfou
nas ondas do rádio. Emmeio
a tudo isso, foi empacotada
nos mais variados formatos:
discos de vinil, fitas cassete,
CDs... Eis, então, que a
tecnologia e a internet a
tornaram acessível a partir de
qualquer lugar, com um
simples clique, toque ou
movimento das mãos.
Mas foi justamente aí
que a música enfrentou
sua maior batalha: de um
lado, a indústria fonográfica
levantou a bandeira
dos direitos autorais e
interesses dos artistas. Do
outro, um clamor sonoro
Música
para todos
Disco riscado
Em meados de 2014, a cantora
norte-americana Taylor Swift
decidiu remover seus álbuns
do Spotify e de outros serviços
concorrentes. Para deixar claro seu
ponto de vista, escreveu um texto
para
The Wall Street Journal
. Na
publicação, a artista destacou
que as pessoas ainda compram
álbuns e praticam pirataria. E que
o compartilhamento de arquivos
e streamings estavam diminuindo
drasticamente as vendas. Finalizou
apontando que “cada artista
lida com esse baque de um jeito
diferente. Música é arte, arte é
importante e rara. Coisas raras são
valiosas. Coisas valiosas deveriam
ser pagas”. Isso não impediu,
entretanto, que outros artistas
migrassem para a plataforma. É o
caso dos Beatles, que podem ser
ouvidos no Spotify desde 2015.
memória
pela democratização e
maiores oportunidades
a iniciantes trilhou um
caminho sem volta. A
briga só diminuiu quando
os serviços de streaming
surgiram como mediadores,
garantindo o repasse
financeiro aos autores e a
difusão musical de forma
legal e gratuita ou em
pacotes a preços populares.
Nessa nova era, quem
atingiu o topo das paradas
foi o Spotify, serviço de
streaming mais popular
do mundo e que surgiu,
justamente, graças ao ímpeto
de seu criador, Daniel Ek,
em combater a pirataria na
Suécia, onde nasceu.
Daniel é um
programador autodidata.
Ainda no início da
adolescência, empreendeu
e levantou algum dinheiro
desenvolvendo sites para
comerciantes locais. Já
adulto, depois de largar a
faculdade de engenharia,
fundou sua própria empresa
de anúncios, a Advertigo,
cuja venda futura para a
Tradedoubler o deixou
multimilionário
com apenas 23 anos.
A vibe business,
entretanto, ainda pulsava
em suas veias quando ele
decidiu que era hora de
juntar suas duas paixões:
a música e a computação.
Assim, voltou a empreender.
Para o resto
do mundo
Lar do famoso PirateBay,
a Suécia sempre figurou
nas listas dos países com
maior índice de pirataria
musical no mundo, algo que
incomodava bastante Daniel.
Uma pergunta martelava
em sua mente como uma
canção fora do tom: como
convencer as pessoas a
pagar por música se é
possível ouvi-las sem custo,
mesmo que ilegalmente?
O empreendedor percebeu
então que a melhor saída
para o problema seria a
criação de um sistema cloud
que facilitasse o acesso legal
às canções. Para transformar
isso em realidade, convidou,
[ Marcella Blass ]
em abril de 2006, Martin
Lorentzon, cofundador
da Tradedoubler, para
desenvolver o Spotify.
A empresa nasceu
com uma missão nem
um pouco modesta:
gerar uma ferramenta
que mudasse a forma
como as pessoas ouviam
música, sem restrições nem
downloads demorados.
Foram dois longos anos de