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REVISTA LOCAWEB
super
geeks
Como o negócio não se
sustentaria no Brasil, eles se
mandaram para o Vale do
Silício e investirammais de R$
300 mil do próprio bolso na
startup. Mesmo assim, passaram
a depender de apenas três
clientes: autores que queriam
publicar seus livros e ganhar
com publicidade, empresas para
anunciar e leitores dispostos a ler
de graça, mas vendo um anúncio
no início de cada capítulo. “Isso
tornou o crescimento lento. Não
conseguimos criar uma tração
suficiente para chamar a atenção
de investidores”, diz Marco.
O código para o triunfo
Ainda nos Estados Unidos,
a dupla viu o país reforçar
a importância de crianças
aprenderem a programar. “Na hora
me veio o insight: lembrei como
a programação trouxe benefícios
para minha vida. Para completar,
a Vanessa já havia sido professora
e entendia muito de crianças.
Não deu outra, resolvemos juntar
nossos superpoderes para criar a
SuperGeeks”, conta.
O casal sabia que o negócio
era a cara do Brasil, uma vez que
o governo não implementaria
a disciplina de ciências da
computação nas escolas tão cedo.
Eles fizeram um site para divulgar
o projeto e, logo, centenas de
pessoas estavam cadastradas.
“Conseguimos tudo isso sem gastar
R$ 1 de divulgação. Foi um bom
sinal e nos deu total confiança para
seguir em frente”, conta Marco.
A primeira emaior escola de
ciências da computação para
crianças e adolescentes do País foi
lançada emmaiode 2014. Numa sala
da Casa do Palestrante, eles lotaram
três sessões de apresentação para
os pais cadastrados no site. No
fimdo dia, a SuperGeeks tinha 40
matrículas, a R$ 300 cada.
Para atender aos sábados,
umpedido dos pais, Marco e
Vanessa usaramparte do dinheiro
arrecadado para alugar uma nova
sala, na Vila Mariana. O restante
foi investido emPCs usados. “O
material didático já existia, pois
fazia umano que vínhamos criando
tudo. Só faltava imprimir, e as
primeiras apostilas foram feitas em
impressoras comuns”, lembra. Só
havia dois funcionários: Marco que
dava aulas e Vanessa que ficava na
parte administrativa e financeira.
Depois do primeiro dia
de aula, a SuperGeeks entrou
em um crescimento natural.
Nos primeiros seis meses de
operação, já existammais de
240 alunos matriculados e mais
de 500 cadastros de pessoas
querendo franquear o negócio.
Para Marcos, o segredo do negócio
foi não desistir e ver o fracasso
apenas como um degrau para
o sucesso. Afinal, cada vez que
tenta algo, todo empreendedor
fica mais experiente e menos
propenso ao erro.
Com apenas
seis meses
de operação,
a escola de
computação
para crianças já
reunia mais de
500 cadastros
de pessoas
interessadas
em franquear
o negócio
Vanessa e Marco
tentaram uma
série de negócios
e até se mudaram
para o Vale do
Silício em busca
do sucesso. Foi lá
que perceberam
que ensinar
programação
para crianças
teria ummercado
promissor por aqui