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nossas. Então, quem quisesse jogar, tinha que pagar.
Montei tudo isso quando tinha 11 anos”, relembra.
Investir na paixão nacional deu certo para os
irmãos, que conseguirammontar seu próprio boteco.
Se para eles os negócios iam de vento em popa,
para seu pai a história era diferente. Ele enfrentou
problemas com seu bar e, para não fechar as portas,
Geraldo e seu irmão precisaram usar todo seu dinheiro.
“Quebramos pela segunda vez.”
Falido novamente, Geraldo decidiu procurar
um emprego com carteira assinada. Aos 14 anos,
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diversões de São Paulo. “Entrei nessa empresa, mas fui
determinado a empreender. Minha pastinha era o meu
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ter um CNPJ, mas sim fazer isso em qualquer lugar. E
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Além de prestar os serviços determinados por
seus chefes, o hoje empresário também se oferecia
para auxiliar qualquer outra pessoa da empresa que
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se destacando, passou a cuidar de um carrinho de
pipoca no aeroporto de Congonhas, voltou a estudar
por incentivo da empresa e, depois de 16 anos de casa,
tornou-se diretor de operações da rede.
ACIDENTE E OPORTUNIDADE
Durante sua passagem por essa empresa, Geraldo
comprou uma Kombi para seu irmão, que fazia serviços
de entrega. Alguns anos depois, já tinham alguns
caminhões em sua frota. Em 1985, todos os veículos se
envolveram em um acidente.
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um recomeço. Ele vendeu as peças dos caminhões,
percebeu que havia um nicho e fundou a JR Diesel.
“Quebrei seis vezes, ao todo. Quebrar não é um
problema. Você perde o dinheiro, mas continua
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credibilidade se manteve intacta.”
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
A história de Geraldo já inspirou e ainda inspira
diversos empreendedores. Bruna Luksys é uma
dessas pessoas. Ex-moradora de rua, a técnica em
enfermagem se espelha na história de Geraldo para
montar seu negócio. “Com 13 anos, acabei indo para
as ruas por preconceito da minha família, que não
aceitava o fato de ser homossexual”, conta. “Uma
pessoa me encontrou e me deu oportunidade. Chamo
ela de mãe Jo, e foi ela quemme mostrou que eu
poderia ser alguém, me permitindo estudar e fazer o
curso de enfermagem.”
Há dois anos, Bruna, que era funcionária pública,
resolveu se exonerar de seu cargo. “Larguei a
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um brechó virtual para levantar fundos para minha
startup, e até hoje ele me auxilia.”
O projeto de Bruna se chama Rompendo Barreiras.
Seu objetivo é empoderar pessoas, principalmente
crianças e idosos. “Minha ideia é levar acesso a
informação de maneira gratuita”, explica. “Quero fazer
esse projeto na periferia, oferecendo palestras, aulas
e cursos, além de eventos sociais, como o ‘Natal na
quebrada’, para o qual estou buscando apoiadores.”
As três histórias mostram que não há uma
fórmula certa para empreender. Fernando Dini seguiu
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de superação, conseguiu ter seu grande negócio,
inspirando Bruna Luksys, que pretende um dia ser
como seu mentor com um projeto social.
Mesmo depois de
‘quebrar’ várias vezes,
Geraldo Rufino nunca
desistiu de empreender
e é proprietário da
J.R Diesel
Inspirada na
trajetória de
Rufino, Bruna
Luksys iniciou
o Rompendo
Barreiras,
startup social
que ainda está
em fase inicial
REVISTA LOCAWEB
EMPREENDEDORISMO