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Q

uem usou a internet no final da década

de 1990 deve se lembrar de PPTs com

músicas anexados em e-mails,

mensagens dizendo que “o MSN

passaria a ser pago” ou que “o Hospital do Câncer

faria uma doação de 1 centavo para cada e-mail

repassado”, ou alertas sobre alguém que “pegou

AIDS ao se sentar em uma agulha contaminada que

estava escondida no acento do cinema”.

É difícil acreditar, mas isso tudo parece ter voltado

à vida com o crescimento do WhatsApp. O conteúdo

pode ter se renovado, mas estão todos lá: os spams,

as falsas mensagens e as correntes intermináveis

para, novamente, tornar a nossa existência mais

miserável a cada vez que seu telefone vibra no bolso

da calça. Na esperança de tentar minimizar esse

problema, decidi criar o Decálogo do WhatsApp.

1.

Não envie mensagens apenas com “bom

dia”, “boa tarde” e muito menos “boa noite”.

Se cada pessoa resolver fazer o mesmo, teremos

uma sobrecarga de informação para algo que já

está subentendido.

2.

Nunca comece uma conversa paralela entre

duas pessoas em um grupo. Se diz respeito apenas a

uma pessoa, inicie uma conversa privada.

3.

Nem tudo precisa ser resolvido pelo WhatsApp.

Telefone e e-mail, apesar de mais antigos, podem ser

mais adequados e continuam úteis.

4.

Não deseje “feliz aniversário” em um grupo.

Envie seus parabéns diretamente ao aniversariante.

Se gostar realmente da pessoa e quiser agradar, use a

função de voz do seu telefone e faça uma ligação.

5.

Não envie vídeos pelo WhatsApp, a não ser

que o grupo tenha sido criado com a finalidade. O

YouTube está aí para isso.

6.

Não envie piadas, a menos que o grupo

tenha sido criado objetivando o compartilhamento

desse tipo de conteúdo. Nesse caso, deixe isso bem

claro no nome do grupo.

7.

Pense mil vezes antes de enviar textos que

foram pretensamente assinados por Shakespeare,

Mário de Andrade, Arnaldo Jabor ou qualquer

outra pessoa pública. Os dois primeiros não

usavam WhatsApp e Arnaldo Jabor, apesar de usar,

costuma publicar uma coluna às terças-feiras em

O

Globo

e

Estadão

.

8.

Dê preferência ao compartilhamento de links.

9.

Escolha fontes confiáveis. Se receber uma

notícia bombástica pelo WhatsApp e for verdade, é

impossível que não esteja estampada nos portais de

notícias mais conhecidos.

10.

Jamais repasse correntes! Elas quase sempre

escondem um vírus gravíssimo, capaz de reduzir o QI

de quem reenvia as mensagens em até 50%.

Você pode até desrespeitar uma regra ou outra,

mas lembre-se de que se tornam mais importantes

conforme aumenta o número de participantes no

grupo.

Kemel Zaidan

Evangelista de tecnologia

da Locaweb

@kemelzaidan

/kemelzaidan

Decálogo do

WhatsApp

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