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REVISTA LOCAWEB
você vai entender tudo e, quem
sabe, adaptar isso ao seu
negócio em situações oportunas.
E com criatividade.
Murilo conta que, quando é
procurado por empreendedores,
costuma perguntar: “quais são os
dez players mundiais que fazem
o mais próximo do que você está
fazendo?”. As pessoas não sabem
responder. “Isso é estranho,
porque, para mim, nada se cria,
mas tudo se combina, tudo está
por aí. Toda ideia parte de algo ao
menos próximo que ao menos dez
players do mundo já vêm fazendo.
Então, parece óbvio que você tem
de encontrá-los.”
Por isso, é importante ser
bom de Google e conhecer todos
os macetes do buscador. Use-o
"Você só terá
prazer no que faz
e será criativo
caso se conheça
muito bem",
afirma Caroline
você segue sempre que vai fazer
algo. Depois, basta escolher um
deles para ignorar ou modificar.
E assim um novo padrão será
criado. “A inovação surge da
desobediência”, explica.
Com o contexto de inovação
estritamente associado ao de
empreendedorismo, a criatividade
é, evidentemente, um ingrediente
fundamental para a ascensão de
qualquer empresa. Porém, vale
ressaltar que se torna ainda mais
determinante quando se trata
de um negócio digital, que se
apresenta em um ambiente em
constante evolução.
O fato é que só existe
tecnologia com criatividade, e toda
tecnologia aplicada é inovação,
pois foi empacotada e entregue às
pessoas. Dessa forma, só avança
nesse mundo quem quebra algum
padrão e constrói algo novo. Caso
contrário, estará inserido apenas
diante da velha repetição de
tecnologias que já existem.
Apesar de não ser possível
dominar todas as inovações
tecnológicas, o fundador da
Escola Pense afirma que é
importante ter o conhecimento,
mesmo que superficial, do
cardápio disponível. “Saiba o
que já existe ao menos em sua
área e ao redor dela, o que é
possível fazer, o que não dá e
o que já tem sido feito.” Assim,
Descubra o
que temove
Murilo Gun cita o bloqueio
do tesão como uma das
travas educacionais que
afetam o processo
criativo (veja no boxe
“Lista de Vilões”, na
página 30). Caroline Portz,
psicóloga e consultora
de carreiras da PUC-RS,
esclarece o assunto.
Qual é sua opinião a respeito
do
“
cardápio de profissões
”
e
como ele pode fazer comque
as pessoas cheguemà vida
profissional sem saber o que
as move?
É comumver amídia
estimulando o jovema procurar
carreiras que envolvamapenas
atividades que ele gostemuito,
que lhe dê prazer o tempo todo.
Só que isso cria uma idealização
da profissão que tambémnão
é legal, pois todos os trabalhos
têmpartes chatas. É preciso
equilibrar os dois lados de tudo.
Assim, na hora de escolher um
ramo para seguir, mantenha
uma postura ativa. Mais do que
analisar seus hobbies, descubra
para o que você temhabilidade.
Afinal, gostos mudamao longo
da vida. Veja além, analise suas
competências, personalidade,
conheça-se antes de escolher.
Quando se herda uma
profissão dos pais ou do meio
em que vive, não se pensa
na motivação. Daí, vem a
dificuldade de desenvolver-se
e entregar-se àquilo.
Como desbloquear essa falta
de motivação e descobrir
o que realmente dá prazer
dentro do mundo profissional?
Não tem receita de bolo,
mas o autoconhecimento é
fundamental nessa tarefa. É
preciso ter postura ativa para
identificar quais são seus
valores, como costuma tomar
decisões, quais são suas reais
habilidades. Vale até pedir
um feedback para pessoas
de confiança para conseguir
apropriar-se de quem você
realmente é e ter prazer
naquilo que faz.
É importante estar
consciente de que
tudo o que é novo tem
risco envolvido, e você
precisa enfrentar isso
com coragem. Não
tem como inovar sem
arriscar alguma coisa.
Isso é contra a definição
de fazer diferente