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POST DO

KEMEL

TECNOLOGIA

30

Cargo:

Evangelista de Tecnologia

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kemelzaidan

KEMEL ZAIDAN

Marco Civil da Internet foi

aprovado há pouco mais de um

ano e já encontra-se em vigor,

representando ummarco legal

abrangente e com o espírito

de preservar a neutralidade

GD UHGH $ëQDO R SDU£JUDIR | GD OHL GL]

expressamente que "é vedado bloquear,

PRQLWRUDU ëOWUDU RX DQDOLVDU R FRQWH¼GR GRV

pacotes de dados".

Entretanto, a norma ainda precisa passar por

regulamentação para que possa ter aplicabilidade

HP FDVRV HVSHF¯íFRV ‹ SUHFLVR GHíQLU DTXLOR TXH

pode ou não ser considerado uma violação à regra.

+£ XP FDVR HVSHF¯íFR DSDUHQWHPHQWH Q¥R

contemplado pela lei, cujo debate parece passar

despercebido por técnicos e juristas brasileiros:

o

zero-rated

. Trata-se de um termo em inglês

utilizado para designar os acessos não cobrados

à internet. Esses acessos "não tarifados" podem

vir tanto na forma de alguns sites ou serviços

HVFROKLGRV SDUD VHUHP OLYUHV GH FREUDQ©D QRV

moldes do que fazem algumas operadoras no

Brasil ao permitir o uso de redes sociais, como

Twitter, Facebook e WhatsApp, sem o desconto de

FU«GLWRV GD IUDQTXLD FRPR QD IRUPD GH XP SDFRWH

básico de acesso sem tarifação – inclusive para

quem não contratou um pacote de dados, como é

o caso do "Free Basics", um pacote do Internet.org,

promovido pelo Facebook.

Aparentemente, ambos os modelos são

positivos, uma vez que se parte da premissa

de que algum acesso é sempre melhor do que

nenhum acesso. Trata-se de um argumento

falacioso e de difícil contra-argumentação, uma

vez que ele apoia-se no pilar da inclusão digital,

algo que sempre foi defendido por aqueles a favor

GD QHXWUDOLGDGH GD UHGH $íQDO TXHP VH GHFODUDULD

contra a inclusão digital?

Acontece que acessos desse tipo têm diversos

efeitos colaterais. Determinar quais são os serviços

cujo acesso será "não tarifado" coloca todos

os outros concorrentes em total desigualdade,

prejudicando o ambiente de inovação. Seria

o Facebook aquilo que é hoje, se o acesso ao

MySpace fosse "não tarifado" quando ele surgiu?

No caso do "Free Basics", cria-se praticamente

XPD LQWHUQHW GH l FODVVH TXH SRGH DFHVVDU

DSHQDV DOJXQV VLWHV HP FRQWUDSRVL©¥R D XPD

internet de 1ª classe, capaz de acessar qualquer

endereço mediante o pagamento daqueles que

W¬P FRQGL©·HV SDUD WDO 7UDWD VH FODUDPHQWH

de censura: uma empresa privada passa a ser

responsável por decidir aquilo que pode ou não ser

acessado na internet. A diferença, nesse caso, é

TXH D FHQVXUD GHL[D GH VHU HVWDWDO H SRO¯WLFD FRPR

já aconteceu no passado, para tornar-se privada e

FRPPRWLYD©·HV HFRQ¶PLFDV 6HU£ TXH HVVH HQWH

privado permitirá o acesso a algum serviço que

ameace os seus negócios no futuro?

,QGHSHQGHQWHPHQWH GH H[HUFHU RX Q¥R

censura, a resposta me parece bastante clara:

é preciso recuperar o interesse público e não

permitir que instituição alguma, governamental

RX SULYDGD GHíQD DTXLOR TXH SRGH RX Q¥R VHU

acessado na internet.

O

[

É PRECISO

RECUPERAR

O INTERESSE

PÚBLICO E NÃO

PERMITIR QUE

INSTITUIÇÃO

ALGUMA,

GOVERNAMENTAL

OU PRIVADA,

DEFINA AQUILO

QUE PODE OU NÃO

SER ACESSADO

NA INTERNET

]

ANEUTRALIDADEDA

REDE

"NÃOTEMPREÇO"

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