POST DO
KEMEL
TECNOLOGIA
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KEMEL ZAIDAN
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apresentador da Globo News
anunciar o rompimento do
acordo do Brasil com a Ucrânia
para a utilização da base de
lançamento de foguetes em
Alcântara, no Maranhão. Ele anunciava a
notícia com comentários assim: “foi tarde” e
“talvez não devesse nem ter começado”.
Concordando ou não com a decisão
do Ministério da Ciência e Tecnologia, o
que mais me surpreendeu foi o sarcasmo
do apresentador. Aparentemente, o gasto
estimado até hoje de R$ 800 milhões poderia
justiícar o tom jocoso.
Considerada, por muitos especialistas,
uma das bases mais bem localizadas do
mundo fato que gera grande economia no
combustível necessário para colocar um
foguete em órbita), Alcântra desperta o
interesse não só da Ucrânia como também de
países como França, Alemanha e EUA.
Em 2004, quando foi assinado, parecia o
casamento perfeito: o Brasil tinha a base,
mas não possuía foguete lembra do incêndio
em 2003?) e a Ucrânia detinha o know-how
dos foguetes herdado dos tempos em que
era parte da antiga União Soviética), mas não
tinha a base.
2 custo de R$ 800 milhões parece píío
frente aos benefícios que o projeto poderia
trazer caso tivesse alcançado seu objetivo. Hoje
apenas nove países detêm essa tecnologia.
Basta comparar o valor com o orçamento
das maiores obras em curso no país: a usina
hidroelétrica de Belo Monte, por exemplo, tem
preço orçado de R$ 26 bilhões; a transposição
do Rio São Francisco já gastou R$ 8,2 bilhões
sem que a obra tenha sido concluída o valor
inicial era de R$ 4,7 bi).
O que mais preocupa é que gastos com
ciência e tecnologia não parecem fazer parte
das prioridades do País. Mais preocupante
ainda é a sociedade civil e os formadores de
opinião também não terem despertado para
a importância do setor na matriz econômica
do século XXI. Cifras muito superiores, como
as apresentadas acima, parecem bem mais
justiícáveis aos olhos da maioria.
Não quero dizer com isso que não
precisamos de hidroelétricas nem de obras de
infraestrutura. Entretanto, é preciso atentar
para aquilo que será de fato determinante para
deixarmos a condição periférica que ocupamos
hoje e ínalmente atingirmos um novo patamar.
Até quando seremos o país do futuro?
Nos ¼ltimos anos, achamos que ícaríamos
ricos vendendo soja e minério de ferro
para a China, sem perceber que a “alta das
commodities” não passou de uma bolha
econômica. Ignoramos a história e o fato de que
nenhum país moderno alcançou liderança sem
se desenvolver tecnologicamente.
Pau-brasil, ouro, borracha, café e, agora,
minério de ferro e soja. É... Realmente pouca
coisa mudou desde 1500.
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É PRECISO
ATENTAR PARA
AQUILO QUE
SERÁ DE FATO
DETERMINANTE,
PARA DEIXARMOS
A CONDIÇÃO
PERIFÉRICA QUE
OCUPAMOS HOJE
E FINALMENTE
ATINGIRMOS UM
NOVO PATAMAR.
ATÉ QUANDO
SEREMOS O PAÍS
DO FUTURO?
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