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POST DO

KEMEL

TECNOLOGIA

28

Cargo:

Evangelista de Tecnologia

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kemelzaidan

KEMEL ZAIDAN

R ëP GH MXOKR DVVLVWL DR

apresentador da Globo News

anunciar o rompimento do

acordo do Brasil com a Ucrânia

para a utilização da base de

lançamento de foguetes em

Alcântara, no Maranhão. Ele anunciava a

notícia com comentários assim: “foi tarde” e

“talvez não devesse nem ter começado”.

Concordando ou não com a decisão

do Ministério da Ciência e Tecnologia, o

que mais me surpreendeu foi o sarcasmo

do apresentador. Aparentemente, o gasto

estimado até hoje de R$ 800 milhões poderia

justiícar o tom jocoso.

Considerada, por muitos especialistas,

uma das bases mais bem localizadas do

mundo fato que gera grande economia no

combustível necessário para colocar um

foguete em órbita), Alcântra desperta o

interesse não só da Ucrânia como também de

países como França, Alemanha e EUA.

Em 2004, quando foi assinado, parecia o

casamento perfeito: o Brasil tinha a base,

mas não possuía foguete lembra do incêndio

em 2003?) e a Ucrânia detinha o know-how

dos foguetes herdado dos tempos em que

era parte da antiga União Soviética), mas não

tinha a base.

2 custo de R$ 800 milhões parece píío

frente aos benefícios que o projeto poderia

trazer caso tivesse alcançado seu objetivo. Hoje

apenas nove países detêm essa tecnologia.

Basta comparar o valor com o orçamento

das maiores obras em curso no país: a usina

hidroelétrica de Belo Monte, por exemplo, tem

preço orçado de R$ 26 bilhões; a transposição

do Rio São Francisco já gastou R$ 8,2 bilhões

sem que a obra tenha sido concluída o valor

inicial era de R$ 4,7 bi).

O que mais preocupa é que gastos com

ciência e tecnologia não parecem fazer parte

das prioridades do País. Mais preocupante

ainda é a sociedade civil e os formadores de

opinião também não terem despertado para

a importância do setor na matriz econômica

do século XXI. Cifras muito superiores, como

as apresentadas acima, parecem bem mais

justiícáveis aos olhos da maioria.

Não quero dizer com isso que não

precisamos de hidroelétricas nem de obras de

infraestrutura. Entretanto, é preciso atentar

para aquilo que será de fato determinante para

deixarmos a condição periférica que ocupamos

hoje e ínalmente atingirmos um novo patamar.

Até quando seremos o país do futuro?

Nos ¼ltimos anos, achamos que ícaríamos

ricos vendendo soja e minério de ferro

para a China, sem perceber que a “alta das

commodities” não passou de uma bolha

econômica. Ignoramos a história e o fato de que

nenhum país moderno alcançou liderança sem

se desenvolver tecnologicamente.

Pau-brasil, ouro, borracha, café e, agora,

minério de ferro e soja. É... Realmente pouca

coisa mudou desde 1500.

N

[

É PRECISO

ATENTAR PARA

AQUILO QUE

SERÁ DE FATO

DETERMINANTE,

PARA DEIXARMOS

A CONDIÇÃO

PERIFÉRICA QUE

OCUPAMOS HOJE

E FINALMENTE

ATINGIRMOS UM

NOVO PATAMAR.

ATÉ QUANDO

SEREMOS O PAÍS

DO FUTURO?

]

TECNOBANANAS

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REVISTA LOCAWEB