POST DO
KEMEL
DESENVOLVIMENTO
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KEMEL ZAIDAN
uando a internet nasceu,
ainda com o nome de
ARPANET, ela não passava
de uma estrutura física para
conectar um “punhado” de
cientistas e “meia dúzia”
de universidades. Surgiram então os
primeiros protocolos de aplicação
sobre o TCP/IP, como FTP, IRC e e-mail.
Caso você quisesse ter algum desses
serviços à disposição, deveria colocá-los
para funcionar.
Hoje, uma tarefa desse tipo é muito mais
fácil. Basta escolher entre as muitas opções
disponíveis e quase ninguém pensa em ter seu
próprio servidor de e-mail. Entretanto, nossa
vida digital se expandiu tanto que é quase
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da área) hospedar e administrar pessoalmente
todos os serviços dos quais faz uso.
Contudo, há um grupo crescente de
desenvolvedores e especialistas que acredita
que, conforme o tempo passa, o controle da
internet tem se concentrado nas mãos de
algumas poucas corporações. Isso seria uma
ameaça do ponto de vista da privacidade e
para a natureza descentralizada com a qual a
própria web foi concebida.
A alternativa nesse caso seria
“redescentralizar” a rede mundial de
computadores, de forma que haja opções
de serviços largamente usados em todo o
mundo. É o que propõe o grupo por trás
do site
www.redecentralize.org.Trata-se de
um movimento que pretende tornar a
camada de aplicação da rede tão
descentralizada quanto a infraestrutura,
seja oferecendo a oportunidade de hospedar
seus próprios serviços, seja fazendo uso
de serviços distribuídos.
A rede social Diaspora foi uma das
pioneiras da iniciativa. Apesar de qualquer
um poder ter um servidor do Diaspora
(trata-se de um software livre), diferentes
usuários em servidores diversos continuam
se comunicando, algo bastante interessante
do ponto de vista técnico. Outra abordagem
semelhante é a do Movim, que cria uma rede
social semelhante, mas a partir de uma conta
XMPP (também conhecida como Jabber).
Mail in a Box, arkOS, Sandstorm e Yuno
Host são apenas alguns exemplos de
projetos que surgiram recentemente com o
objetivo de facilitar a tarefa de hospedar seus
serviços em ambientes que podem variar de
um simples RaspberryPi dentro de casa a um
provedor de cloud da sua confiança.
Nesse contexto, redes mesh,
criptomoedas e protocolos P2P ganham
uma nova relevância e apontam para uma
arquitetura do futuro, em que será muito mais
comum as diferentes instâncias de software
terem capacidade de se comunicar de forma
distribuída ao redor do globo.
Q
[
O MOVIMENTO
PRETENDE TORNAR
A CAMADA DE
APLICAÇÃO
DA REDE TÃO
DESCENTRALIZADA
QUANTO A
INFRAESTRUTURA,
SEJA OFERECENDO
A OPORTUNIDADE
DE HOSPEDAR
SEUS PRÓPRIOS
SERVIÇOS, SEJA
FAZENDO USO
DE SERVIÇOS
DISTRIBUÍDOS
]
PORDENTRODA
REDESCENTRALIZAÇÃO
LW
REVISTA LOCAWEB