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P
ela primeira vez, a Adobe
lançou uma família de
fontes de código aberto.
Trata-se da Source Sans Pro,
disponível nos formatos TTF
e OTF (
adobe.ly/NQSN1B
). À
primeira vista pouco significante,
essa notícia carrega uma grande
importância histórica. Para
entender esse fato, é preciso
voltar aos anos 1980, época em
que a Apple liberava o sistema
de fontes Royal para a Microsoft
usar no OS/2 e a Adobe anunciava
a publicação das especificações
para o PostScript Type 1, espécie
de remake da então proprietária
linguagem Interpress, da Xerox.
Nesse período, o mercado
de computação pessoal ainda
engatinhava. A Adobe possuía um
monopólio de impressoras e cobrava
taxas abusivas pelo licenciamento do
sistema de fontes dela. Isso explica
por que a Apple ajudava a Microsoft,
pois, dessa forma, além de atacar o
monopólio da Adobe, conseguia gerar
compatibilidade com impressoras
como a Linotype e produtos da
extinta Compugraphic.
Em meio a tudo isso, a briga por
um sistema bom de fontes tornou-se
grande e deu origem a um dos
principais problemas na época:
a dificuldade de criar produtos
com um bom design de texto,
independentemente do tamanho em
que ele era exibido. Quem primeiro
conseguiu resolver esse problema foi
a Apple, e a solução encontrada pela
empresa da maçã foi o lançamento do
até hoje difundido sistema TrueType.
Depois de muita briga, a Apple
chegou a um acordo e licenciou o
interpretador de PostScript da Adobe
para suas impressoras. Enquanto
isso, o TrueType, primeiro sistema
que realmente conseguia escalar o
texto mantendo uma boa resolução,
transformou-se em padrão de fontes.
O fato, porém, é que a briga não
terminou por aí. A Microsoft e a Adobe
Pode parecer estranho, mas
coisas simples como impressoras
ou tipografia podem causar
verdadeiras revoluções. Um
exemplo é o do criador do
Software Livre, o hippie malucão
Richard Stallman
, que começou o
movimento após se frustrar por
não ter acesso ao código fonte
do software de uma impressora
e, dessa forma, não poder
implementar funcionalidades
importantes para o laboratório para
o qual ele trabalhava.
Já o famoso cientista da
computação Donald Knuth, escritor da
obra
The Art of Computer Programming
,
incomodado com a baixa qualidade das
fontes disponíveis para a publicação do
segundo volume da sua série de livros,
resolveu criar seu próprio sistema de
tipografia, hoje conhecido como Tex.
O Tex se tornou a base do LaTeX, que
é amplamente usado por periódicos
científicos. Muitas universidades,
inclusive, obrigam que teses e
dissertações acadêmicas sejam escritas
por meio dessa ferramenta.
LIBERDADE JÁ!!!!
lançaram o OpenType, uma espécie de
“TrueType Open”, que hoje é o formato
mais usado na maioria das plataformas.
E assim criou-se uma dissidência no
mercado que existe até hoje.
Fontes livres
Apesar de a especificação das
fontes ser livre, normalmente o design
das letras é proprietário e faz com
que o arquivo precise ser licenciado
para uso. Por causa disso, muitas
pessoas e empresas se interessaram
em desenvolver fontes livres. Assim,
surgiram vários exemplos de fontes
bonitas, como as Fell, criadas pelo
engenheiro civil Igino Marini e
oferecidas sob a licença Open Font
License. Essa família de fontes foi
criada com base em manuscritos
originais do século 17. E como ela
existem muitas outras.
O próprio Google mantém um
diretório, chamado Google Web
Fonts, feito com o intuito de facilitar
Página do Google Web Fonts, sistema desenvolvido para facilitar a busca e o uso de fontes na
internet. Nele, existem centenas de famílias de fontes livres e com recursos interessantes
Tipologia da Source Sans Pro, primeira
família de fontes livres lançada pela Adobe
adobe
fontes
livres