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artigo

58

REVISTA LOCAWEB

social e profissional. Na área de

negócios, a aplicação da neurociência

para potencializar resultados – o

neurobusiness – é uma das grandes

tendências que tem se tornado

realidade e pode ser implementada

na rotina de qualquer organização,

independentemente de seu tamanho ou

campo de atuação.

Estudar o cérebro e suas aplicações

tem sido uma das minhas paixões nos

últimos anos, rendendo uma infinidade

de insights de neurobusiness, que tenho

usado com sucesso, tanto naminha

atuação individual como nas consultorias

que presto para outras organizações.

Assim, compartilho algumas dessas dicas

valiosas para beneficiar as atividades

estratégicas de seu negócio, como

tomada de decisão, produtividade,

sustentabilidade e influência de pessoas

(equipes, clientes, consumidores,

parceiros...). Vamos a elas.

1. Faça primeiro o que

é importante

Ao contrário do que se imagina,

a força de vontade não é um fator

constante no nosso organismo, mas

uma habilidade que diminui conforme

a usamos – esse efeito é denominado

“Decision Fatigue”, ou “Fadiga de

Decisão”. Assim, quanto mais decisões

somos obrigados a tomar ao longo do

dia, mais debilitados vamos ficando para

tomar novas decisões. Isso porque cada

uma delas consome um pouco da nossa

força de vontade disponível, diminuindo

(e, eventualmente, esgotando) seu

estoque para ser usado nas próximas

vezes. Esse processo prejudica nossa

habilidade de julgamento e ação,

comprometendo nosso desempenho

diário, produtividade e resultados.

Assim, se desperdiçarmos nossa

capacidade de decisão com coisas

que não são importantes, teremos

dificuldade de decidir as coisas que

importam ao longo do dia. Por exemplo,

se iniciamos o dia tendo de resolver

coisas banais (roupa que usaremos,

se vamos passar na lavanderia, o que

preparar no jantar, responder em

mídias sociais...), quando chegamos ao

trabalho e precisamos tomar decisões

importantes, já vamos ter consumido

boa parte da nossa força de vontade

para decidir. Portanto, para combater

a fadiga de decisão, escolha e faça

primeiro o que é mais importante e

delegue as decisões menos importantes.

2. Alimente o cérebro

O cérebro humano consome cerca

de 20% a 30% da energia do corpo e, se

não estiver bem alimentado e hidratado,

não funciona bem. Não é à toa que os

latinos diziam: mens sana in corpore

sano. Apesar do apelo energético que

os açúcares oferecem, são consumidos

muito rapidamente pelo cérebro,

perdendo eficiência em pouco tempo.

Quando estiver precisando de energia

cognitiva, dê preferência a castanhas e

cafeína, que têm um efeito mais durador

e benéfico para as atividades cerebrais,

melhorando sua produtividade.

3. Medite

Prática milenar associada a inúmeras

religiões e espiritualidade, a meditação

tem sido cada vez mais aclamada pela

neurociência como uma das atividades

mais benéficas para o cérebro, com

o poder não apenas de mudar sua

química (hormônios) como também

sua estrutura física (neuroplasticidade).

Um dos maiores inimigos da boa

tomada de decisão é o estresse, e a

meditação é comprovadamente um dos

seus antídotos. Meditar diariamente

deveria fazer parte da nossa rotina de

higiene, pois precisamos limpar a mente

constantemente, da mesma forma que

limpamos nosso corpo físico.

4. Não reaja por instinto

ou emoção. Pense!

Um dos maiores poderes que o

ser humano possui é a habilidade de

raciocinar. É isso que nos separa dos

animais irracionais. No entanto, o

instinto e a emoção são as respostas

mais imediatas para o que acontece ao

nosso redor, fazendo com que, muitas

vezes, atuemos de forma errada por

falta de avaliação adequada. Assim,

apesar de termos o poder de pensar,

nossa tendência biológica é reagir

instintiva e emocionalmente. Isso é

desfavorável para nós, especialmente

em processos de negociação. Para

tomar melhores decisões, sempre pare

para pensar antes de reagir, conte até

dez, em qualquer situação. Meu pai

costumava dizer: “Não faça promessas

quando estiver feliz; não responda

quando estiver irritado; não aja quando

estiver triste”. Bom conselho, validado

pela neurociência.

5. Controle seu

estado emocional

Uma das grandes descobertas da

neurociência nas últimas décadas é

que a tomada de decisão depende da

emoção. Somos animais emocionais

que racionalizam decisões. Sentimos,

e, então, decidimos. Dessa forma,

uma das melhores maneiras de

naturalmente melhorarmos nossas

decisões e influenciarmos as decisões

de outras pessoas (clientes, parceiros,

consumidores, equipes...) é criar o

estado emocional que tende a gerar

automaticamente o comportamento

que desejamos. Músicas, vibrações,

assuntos, ambientes e companhias

são gatilhos emocionais que podem

favorecer ou prejudicar decisões. Por

exemplo, a música pode relaxar ou

empoderar as pessoas. Um estudo

mostrou que, quando ouvida, esta

playlist com dez músicas (iTunes:

https://itunes.apple.com/br/playlist/

no-stress/idpl.258bf1fd161341f8986a

48c035c86790

// Spotify:

https://open

.

spotify.com/user/pfjarschel/playlist

/2HNcMEJ2XDe6IKzXY0FJ31

) reduz a

ansiedade das pessoas em 65%. Em

contrapartida, a música

We Will Rock

You

ouvida antes de uma atividade

esportiva melhora o desempenho

dos atletas. Portanto, configure seu

ambiente e as experiências de seus

públicos com foco em gerar as emoções

necessárias para alavancar as ações

que você deseja.

Nada no mundo tem

importância até que

nosso cérebro decida

seu valor. Esse órgão

tem o centro de controle

de nossa existência:

mude seu cérebro, e

seu mundo muda