4
CADÊ O
DINHEIRO?
E
m algum momento da década passada (ou retrasada), os
postos de gasolina pararam de aceitar cheques. Aos
poucos, vários estabelecimentos foram adotando a praxe.
Com o crescente uso de máquinas e de cartões de débito e
de crédito, aceitar cheques virou exceção. Essa mudança
de padrão foi uma das primeiras, no mundo moderno, a
deixar mais claro o papel do dinheiro como símbolo. Saía de cena o
talão e entrava, com força, o plástico.
Há algumas semanas, em um mercadinho de bairro, vi uma placa
em que se lia "por falta de troco, pagamento somente com cartão". Em
outras palavras: não aceitamos dinheiro vivo. Esse tipo de comunicado
ainda é exceção, claro. Mas algo (a reportagem de capa desta edição,
no caso) me diz que ficará cada vez mais frequente. Cada vez mais, sai
de circulação o símbolo e fica o que ele é: poder aquisitivo. Não é mais
representado por notas de papel ou por círculos de aço, cuproníquel e
afins. Em seu lugar, dados digitais, smartphones e pulseiras.
Pode parecer algo distante, mas não é. Basta pensar que operações
de e-commerce já são realizadas sem que pessoas ao redor do
mundo tenham que contar notas ou quebrar porquinhos. No Brasil,
por exemplo, são 40 milhões delas fazendo transferências online e
recebendo em casa o que desejam.
Já há serviços que, inclusive, nasceram com a ideia de receber
via cartões por pagamento online e, somente depois de um tempo,
começaram a aceitar dinheiro. O Uber no Brasil é o exemplo principal
disso – se você não possuía cartão e smartphone, não poderia usufruir
do serviço. Quer saber mais como anda essa história e onde ela
irá parar? A partir da página 32, a reportagem completa de como o
dinheiro já está acabando com o papel-moeda.
Boa leitura.
Fernando Cirne
Diretor de Marketing
Já há serviços que,
inclusive, nasceram com
a ideia de receber via
cartões por pagamento
online e, somente depois
de um tempo, começaram
a aceitar dinheiro. O Uber
no Brasil é o exemplo
principal disso
REVISTA LOCAWEB
AO LEITOR