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POST DO

KEMEL

TECNOLOGIA

28

Cargo:

Evangelista de Tecnologia

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kemelzaidan

KEMEL ZAIDAN

imprensa e, principalmente,

as redes sociais, repercutiram

recentemente a decisão da

Vivo – segunda maior operadora

de banda larga do país – de

impor limites de franquia

SDUD VHXV SODQRV GH EDQGD ODUJD ë[D 3DUD

piorar a situação, o presidente da Anatel,

agência responsável pela regulamentação

GR VHWRU GHX XPD HQWUHYLVWD DëUPDQGR TXH

D OLPLWD©¥R HUD EHQ«ëFD H TXH D ÚHUD GD

LQWHUQHW LOLPLWDGD KDYLD FKHJDGR DR ëPÛ

Não é de hoje que as operadoras, saudosas do

tempo em que cobravam seus serviços por pulsos,

tentam ampliar seus lucros por meio de mudanças

no modelo de comercialização da internet.

Qualquer um que estudou o básico de redes

de informação sabe que, antes da digitalização,

as redes de telefonia utilizavam comutação de

circuitos, o que fazia com que todo o caminho de

XP SRQWR DW« RXWUR GD UHGH íFDVVH LQXWLOL]DGR

enquanto alguém estava fazendo uma ligação.

Contudo, a invenção do TCP/IP e da comutação

de pacotes fez com que as redes pudessem ser

mais bem aproveitadas, de forma a aumentar

o volume de dados transmitidos, reduzindo

expressivamente os custos desde então. Isso

possibilitou que o preço do Mb transmitido nos

EUA caísse de 1.200 dólares em 1998, para 0,63

centavos em 2015.*

Por isso mesmo, o custo do acesso à internet

sempre esteve atrelado à largura da banda e

não à quantidade de dados transmitidos através

dela. Desde então, é a largura da banda que dita

aquilo que é viável ou não de ser feito pela rede.

Tecnicamente, já era possível transmitir vídeo pela

internet em 1996, quando a rede mundial chegou

ao Brasil. Mas a largura da banda, na prática,

WRUQDYD WDO LQWHQ©¥R LQYL£YHO $íQDO XP íOPH GH

baixa qualidade (700 Mb) levava 28 horas para ser

transmitido à velocidade de 56 Kb por segundo,

comum na época.

As operadoras têm tentado convencer a

sociedade e os governantes de que ainda vivemos

em ummundo analógico, em que a permanência

desse sistema levaria a um colapso da rede. Tal

estratégia recebe o nome de FUD (sigla em inglês

para medo, incerteza e dúvida).

Uma decisão favorável a esses limites

abre caminho para quebras de neutralidade

na rede, em que as operadoras vão isentar da

franquia o consumo de conteúdo oriundo de seus

próprios serviços sob demanda, prejudicando a

concorrência e os interesses do consumidor.

Em um país onde metade da população

ainda não tem acesso residencial à internet,

impor um segundo limite além da velocidade é

limitar ainda mais o acesso das pessoas à rede

e, consequentemente, a todo o ecossistema de

inovação e negócios que tem se formado ao seu

redor. Pessoas deixarão de realizar compras online

porque já estouraram o limite do mês ou optarão

menos por cursos à distância, commedo de pagar

XPD FRQWD PDLRU QR íQDO GR P¬V

A

[

QUALQUER UM

QUE ESTUDOU O

BÁSICO DE REDES

DE INFORMAÇÃO

SABE QUE, ANTES

DA DIGITALIZAÇÃO,

AS REDES DE

TELEFONIA

UTILIZAVAM

COMUTAÇÃO DE

CIRCUITOS

]

MENOSANALÓGICA

PORUMAANATEL

LW

* http://drpeering.net/white-papers/Internet-Transit-Pricing-Historical-And-Projected.php

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