Locaweb Edição 139

18 //opinião //revistalocaweb @revistalocaweb Acada dia, mais e mais pessoas se deparam com IA até mesmo nas atividades mais simples do cotidiano. Isso torna a tecnologia ponto importante para quem trabalha com marketing e quer tornar suas marcas conhecidas e admiradas pelos consumidores. Mas a pergunta é: será que a inteligência artificial dá conta da abrangência dessa tarefa? Ou será que ainda precisamos de conexões humanas para aproximar os clientes das empresas? Dada a evolução da tecnologia, pode até parecer que ela vai predominar. Porém, pelo menos no marketing, não será possível abrir mão daquilo que é central no processo de promoção de marcas: a atenção ao consumidor. Por mais que a IA conquiste espaço, a necessidade humana fundamental de pertencimento e conexão não vai desaparecer. Daí a importância das estratégias “de carne e osso”, como a gestão de comunidades (ou community management). Desenvolver estratégias de marketing de comunidades é crucial para estabelecer um diferencial competitivo que se baseie não apenas no produto, mas também na comunidade que o rodeia. Isso envolve testes com lançamentos, feedbacks para melhorias, colaborações em fóruns online e incentivo para os membros da comunidade criarem conteúdo a respeito da marca. Essas conexões genuínas entre a marca e os seus clientes não podem ser replicadas — nem por outra marca, nem pela IA. A inteligência artificial tem sido utilizada para personalizar campanhas, otimizar anúncios, gerar insights e criar planos de marketing direcionados, além de ajudar muito na análise de dados de clientes, por exemplo – que são pontos muito importantes. Porém, o negócio não pode depender excessivamente da automação, sob pena de afastar-se demais da desejável humanização nas interações com o cliente. Quando se fala em proximidade humana, não se trata de algo distante das tecnologias digitais – muito pelo contrário. Já faz pelo menos 20 anos que as pessoas integram comunidades online em torno de marcas. E as empresas que conseguiram criar ambientes virtuais de interação, usando redes sociais e comunidades proprietárias, têm visto os benefícios da dinâmica. Assim, por mais paradoxal que possa parecer, o futuro do marketing está na conexão legitimamente humana, e não na tecnologia de inteligência artificial – que terá seu papel, apesar de secundário. Empresas que negligenciam a gestão de comunidades podem perder a oportunidade de construir relações sólidas e autênticas com seus clientes. Será muito mais valioso para as marcas investir nesse relacionamento próximo, autêntico e acolhedor do que se valer exclusivamente das ferramentas de IA. O marketing de comunidades é a parte humana que as máquinas não podem substituir EMILIANO AGAZZONI CEO DA CM SCHOOL /emilianoagazzoni

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