10 //entrevista //revistalocaweb @revistalocaweb Qual é o balanço atual do empreendedorismo no Brasil? Tudo indica que o Brasil vai voltar ao grupo das 10 maiores economias do mundo já em 2023. No primeiro semestre, o PIB aumentou 3,7%, superando todas as expectativas dos analistas de mercado. Isso significa que o país saiu da recessão. Na prática, teremos aumento no consumo das famílias e no faturamento das empresas, bem como mais brasileiros empreendendo. O superávit da balança comercial de janeiro a agosto é o maior da história. O saldo positivo no acumulado do ano tem crescimento de 44,8%. Batemos também mais um recorde em exportações, com mais de US$ 31 bilhões – a maior marca da história para o mês de agosto. Os postos de trabalho, no acumulado do ano, são de 1,2 milhão de novos empregos, sendo 80% deles gerados pelos pequenos negócios. Isso representa maior dignidade para o povo brasileiro. São mais empregos, mais riquezas sendo geradas e mais justiça social. Como esse cenário tem impactado as MPEs? Os indicadores positivos da economia brasileira no primeiro semestre de 2023 estão impulsionando esses negócios no Brasil. Segundo a pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, feita pelo Sebrae, houve melhora no faturamento das MPEs. Os empreendedores têm conseguido começar a investir, a fazer planos e a ver um futuro mais próspero. Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o aumento dos custos deixou de ser a maior preocupação dos empresários. Quais são os principais desafios enfrentados pelas MPEs no Brasil? Atualmente, é preciso ficar atento à taxa de juros. O país precisa apoiar e estimular o surgimento de outros atores no sistema financeiro, para ampliar e diversificar a oferta de crédito. Além de essencial para os investimentos na própria empresa, o crédito pode aliviar a situação dos empreendedores endividados. A tecnologia é um recurso importante para esses negócios? Ela já faz parte da rotina da maioria dos empreendedores, seja por meio de aplicativos que facilitem a gestão do negócio, seja por conta das máquinas e ferramentas utilizadas na produção – ou ainda pela utilização das redes sociais para alavancar marketing e vendas. Vale destacar que a inserção da tecnologia em uma empresa pode vir em maior ou menor grau, com objetivos desde melhorar processos e desenvolver produtos até ser o core business de uma startup. Quais recursos tech têm colaborado para o crescimento das MPEs? Podemos definir as redes sociais como um grande exemplo de recurso tecnológico disponível para negócios de todos os portes e segmentos. Os empreendedores que utilizam a internet, os apps de mensagens e as redes sociais para fazer negócios já representam três em cada quatro pequenas empresas do país – ou seja, 75% do universo das MPEs utiliza ferramentas digitais para impulsionar as vendas. Como a digitalização tem avançado neste ecossistema? É importante notar que o número de empresas que ainda não utilizam a internet para comercializar seus produtos e serviços é muito alto. E essa é uma questão de sobrevivência para os pequenos negócios. Por isso, é importante estar inserido nos canais digitais e saber utilizar, de forma proficiente, os recursos que o online oferece. As estimativas de comércio eletrônico, de acordo com as associações do ramo, apontam para um faturamento de R$ 186 bilhões em 2023. Nesse contexto, o famoso “boca a boca” está mais forte do que nunca no universo digital. Comentários, recomendações e avaliações positivas de produtos e serviços não podem ser ignorados por quem empreende. Eles devem ser vistos como uma oportunidade para conhecer melhor as necessidades do consumidor e se aproximar mais dele. Por que é tão importante que as MPEs marquem presença no online? O comportamento dos clientes mudou definitivamente, forçando as empresas a se adequar a esse novo modelo de consumo e a incorporar estratégias digitais ao negócio. Essa é uma mudança que veio para ficar.
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