Locaweb Edição 130
18 // opinião // revista locaweb @revistalocaweb DÉBORASPADA COFUNDADORA DA START EMPREENDEDOR /deboraspada C argos altos, capas da revista Forbes , prêmios e reconhecimentos. Essas e outras características aparentam fazer parte do grande objetivo, ao menos da porta para fora, de quem empreende. Pelo menos é isso que mais se vê estampado nas mídias e redes sociais. E, de fato, qual empreendedora não sonha com isso? Posso responder por mimmesma que sonho, sim, e trabalho todos os dias para alcançar esses marcos. Porém, não posso deixar de falar que sinto falta de ler e ver detalhes sobre os bastidores dessa jornada até o alto da montanha. O que acontece nesse trajeto? Quem está lá? Quais são as paisagens? Só quem passa por isso parece saber as respostas. Dessa maneira, muitas vezes, quem trilha esse caminho acaba achando que está sozinha. Afinal, ninguém fala sobre o tema. Parece que a jornada é dura e solitária apenas para você, quando, na verdade, ela é para a maioria. E quanto mais comum você é, mais suor existe. Comecei a empreender sem dinheiro e sem saber nada a respeito do que precisava fazer. Semmentoria ou “padrinhos e madrinhas” para investir em mim. Mas nunca faltou vontade e foco para fazer dar certo. E, sendo bem sincera, nós mulheres somos muito boas em seguir em frente com determinação quando sabemos o que queremos. Sem falar na fé ou na esperança – chame como quiser –, que também é uma característica forte que temos. Pode até estar dando tudo errado, mas nós continuamos confiando que as coisas vão dar certo. E elas dão! Às vezes, caímos na falácia da impostora que está dentro de nós – e falo "nós" porque sei que você também tem uma. Então, quando estamos cuidando de nossos negócios, essa fé se torna mais frágil. Parece que a gente temmais confiança nos outros do que em nós mesmas. Parece que priorizamos as coisas dos outros em vez das nossas. Parece que organizamos e deixamos tudo pronto para os outros em primeiro lugar. E por que esse comportamento existe? Não sei se tenho a resposta. Entretanto, o que tenho aprendido em 29 anos como mulher – e em sete anos como empreendedora – é que fomos ensinadas a ser boazinhas, comportadas, a falar baixo, a ajudar. Tudo isso foi programado em nosso cérebro e é assim que chegamos à vida adulta. Ninguém atualiza o software, mas é chegada a hora de fazer isso para, de fato, nos posicionarmos em cargos altos, sair nas capas da Forbes e sermos reconhecidas. A jornada empreendedora é árdua, pois o caminho para o sucesso é assim mesmo, não há atalho. Mas junto a subidas, buracos, cobras e tempestades pode existir leveza, merecimento, autocuidado e bem-estar. Pode existir o papel de mulher, mãe e esposa. Depende de consciência e coragem para nos posicionarmos e sermos quem queremos ser. Neste mês da mulher, convido a você, que ocupa tantos papéis – inclusive de empreendedora ou autônoma –, a reavaliar a versão do software instalado em sua mente. Chegou o momento de ocupar seu lugar no mundo. Empreendedorismo feminino: qual é a realidade nos bastidores?
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