Locaweb Edição 118

29 // capa / as donas do negócio // revista locaweb Mesmo assim, as dificuldades para empreender existiam aos montes. E foi aí que Mazé ouviu de seu pai que deveria parar de fazer doces, pois ele não acreditava que isso daria dinheiro. "O problema é que, a essa altura, parar de empreender já não era uma opção. Eu tinha uma dívida de R$ 5 mil da montagem da cozinha para pagar, dois filhos para criar e um sonho para realizar", lembra. De bem com os altos e baixos Quando o Sebrae ofereceu a oportunidade de comparecer ao Empretec, seminário de empreendedorismo da entidade, Mazé voltou de lá com todas as suas características de negócios aguçadas e preparada para formalizar seu projeto. Assim, em 2005, tirou do papel a Mazé Doces. "Comecei a planejar, monitorar e estabelecer metas. Em um ano, já tinha dinheiro para comprar um terreno e construir a fábrica", diz. No ano seguinte, montou o primeiro ponto de vendas em Carmópolis. Não demorou a que as pessoas começassem a visitar a cidade apenas para conhecer seus produtos. Aos poucos, a loja se transformou em um ponto turístico. "Às vezes, dizem que 'santo de casa não faz milagre', mas isso não é verdade. A gente pode mudar nossas vidas em qualquer lugar", destaca. O cenário positivo deu à doceira confiança para abrir uma segunda loja, em Divinópolis (MG). Segundo a empreendedora, esse foi o maior erro e o maior acerto de sua vida. "Em dois anos, estava falida. Troquei a alegria de ver a placa da unidade subir pela tristeza de, com minhas próprias mãos, tirá-la do ponto. Era hora de recuar", lembra Mazé. A nova loja não deu certo, mas a maturidade adquirida fez com que a marca entrasse em um novo patamar de reconhecimento. Conforme o tempo passou, Mazé ganhou o troféu Maria Elvira Sales (da Associação Comercial de Belo Horizonte) e a categoria Ouro, em Minas Gerais, do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, o que deu a ela bastante visibilidade em todo o Brasil. A Mazé Doces passou a crescer de forma sustentável e, em 2018, a empreendedora decidiu assumir as redes sociais do negócio para dar um novo passo: vender online – mesmo após ter ouvido de seus mentores que isso não seria possível. Um ano depois, fez um teste durante a Black Friday, via WhatsApp, e teve um excelente resultado de vendas. Em 2020, com a pandemia e apenas um dos 80 pontos de venda aberto, a fábrica em Carmópolis esgotou seu estoque de toneladas de doces, graças à internet. Trabalho de resiliência Atualmente, o portfólio da empresa tem mais de 70 doces artesanais e que não usam conservantes. Com uma produção em volume significativo, o negócio viu o faturamento pular de zero para milhões. Além disso, 21 pessoas foram empregadas na operação da marca, que está contratando mais funcionários por conta da alta demanda. Para as mulheres que querem empreender, a dica de Mazé é acreditar em você mesma. "Mais do que isso, não dê ouvidos aos ruídos que estão à volta, porque não vai faltar quem diga que seu negócio não vai dar certo", ressalta Mazé. "Encha-se de muita coragem e siga em frente, porque é possível transformar sua vida e a de muitas outras pessoas”, afirma a empreendedora.

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