Locaweb Edição 118
25 // capa / as donas do negócio // revista locaweb Com a cara e a coragem Aos 25 anos, Alcione vendeu a confecção porque queria atuar no mercado de materiais elétricos, mesmo sem nenhuma experiência. Assim, fundou a FLC Lâmpadas e viajou até a China, em 1992, em busca de uma lâmpada que tivesse o melhor preço para vender no Brasil. O que ela não sabia é que traria na bagagem as primeiras lâmpadas econômicas do País, tornando-se líder de vendas, com 40% de share de mercado e à frente de multinacionais. “Fui a primeira mulher a abrir uma pequena loja na Rua Santa Ifigênia, em São Paulo (o local é famoso pela venda de eletrônicos)”, lembra Alcione. Na região, ela também foi pioneira em adotar o autosserviço, abandonando os tradicionais balcões de atendimento. “Com isso, aumentei as vendas, acelerei o crescimento da empresa e passei a me destacar e ganhar o respeito da concorrência.” Mudança de ares Mesmo com tantas responsabilidades, durante muitos anos, todos os meses, Alcione passava dez dias no sertão nordestino para ajudar pessoas necessitadas. Como fundadora da FLC Lâmpadas, entretanto, chegou uma hora em que ficou difícil administrar empresa, família e voluntariado. Foi então que, em 2014, decidiu vender a companhia para se dedicar em tempo integral aos Amigos do Bem, que se tornou uma das maiores instituições sociais do País. Hoje, todos os meses, a entidade transforma as vidas de 75 mil pessoas no sertão nordestino, por meio de projetos de educação, trabalho e renda, água, moradia e saúde. “As ações realizadas apresentam complexidade equivalente à de uma empresa de grande porte. Cuidamos de milhares de moradores acompanhando suas vidas, do recém-nascido ao idoso”, explica Alcione. O objetivo do projeto é promover a inclusão social e o progresso regional, fatores necessários para combater a miséria. Por isso, ela criou um modelo de desenvolvimento social sustentável conduzido por uma unidade produtiva – neste caso, uma fábrica de castanhas – que, além de gerar renda para os adultos, cria recursos para manter milhares de crianças estudando, por meio da venda dos produtos 100% sociais dos Amigos do Bem. “São inúmeras iniciativas possíveis graças à ajuda de 10,3 mil voluntários ativos, divididos em 140 grupos de trabalho diferentes, bem como colaboradores e muita gestão, transparência, planejamento e amor”, diz Alcione. E tudo isso enfrentando o grande desafio logístico da distância do sertão em relação aos centros urbanos. “Fazer o bem já é difícil. Fazer o bem longe de casa, a milhares de quilômetros, acredite, é ainda mais.” Com tanta experiência em empreendedorismo e gestão, Alcione recomenda confiança e ação para quem quer entrar nesse universo. “Muitas pessoas esperam o cenário ideal para começar a empreender”, destaca. Sua dica é planejar, desenhar etapas para saber onde quer chegar, e iniciar o projeto. “No meio desse caminho, se puder ajudar a transformar a sociedade, você terá certeza de que tudo valeu a pena.” Alcione diz que as ações realizadas pelo projeto têm complexidade equivalente à de uma empresa de grande porte. Todos os meses, são atendidas 75 mil pessoas Acervo Amigos do Bem VEJA MAIS Aponte a câmera do celular para o QR Code e conheça um pouco mais sobre o trabalho de Alcione Albanesi nos Amigos do Bem.
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