Locaweb Edição 118

23 // capa / as donas do negócio // revista locaweb dias, na esperança de que venderíamos tudo”, lembra. Apesar de ter começado a Casa de Bolos por necessidade, Sônia acredita que sempre teve uma veia empreendedora. Ela lembra que, quando entrou nesse mercado, não existia uma loja de bolos caseiros propriamente dita. “Enxerguei a oportunidade de longe e, veja só: no primeiro dia, a produção foi de 21 bolos. Hoje, são 55 mil feitos diariamente em toda a rede”. Crescimento exponencial Nesta história, a simplicidade do negócio foi ponto-chave para que ele se tornasse tão expressivo no Brasil. Afinal, a interação com o produto vai muito além do sabor, já que o cheirinho de bolo recém-saído do forno é quase nostálgico para muitas pessoas. Essa combinação de jeito para os negócios com valor sentimental levou a Casa de Bolos a comemorar os 10 anos de rede com mais de 400 lojas, que estão espalhadas por 15 estados. Além disso, a marca é uma das 50 maiores franquias do País e recebeu o selo de excelência da Associação Brasileira de Franchising (ABF) pelo terceiro ano consecutivo. Atualmente, a Casa de Bolos também conta com mais de 100 sabores no portfólio. Os carros-chefes, no entanto, continuam sendo os bolos mais simples, como os de maçã com castanhas, milho, cenoura e fubá – este último, de acordo com Vó Sônia, foi o passaporte do negócio para o sucesso. Experiência de vida Um dos grandes diferenciais da história da Casa de Bolos é que Vó Sônia começou a empreender na maturidade. Hoje, aos 76 anos, ela considera muito gratificantes sua jornada e tudo o que construiu ao lado dos quatro filhos. “Forammuitos desafios ao longo da última década, e o meu maior curso foi a vida. Tudo o que sei e aprendi foi na prática, colocando, literalmente, a mão na massa”, diz. Segundo ela, a idade madura dá ao empreendedor o benefício de uma vida toda de experiência. “Eu, por exemplo, junto a meu marido, já tive um açougue, uma estamparia e uma confecção de roupas esportivas. Foi com bolo caseiro, no entanto, que realmente me encontrei”, lembra. Quando o assunto é empreendedorismo feminino, Sônia acredita que o bom gestor tem algumas características inerentes e independentes do gênero. “O ‘sexto sentido’ da mulher, porém, pode fazer com que ela agregue muito ao negócio. Além disso, nós somos mais atentas aos detalhes e reconhecemos emoções. Para quem lida diariamente com o público, identificar alegria e tristeza, por exemplo, faz uma grande diferença”. Para quem se sente insegura em dar o primeiro passo, seja na juventude, seja na maturidade, Sônia diz que é preciso sonhar para realizar. “Tenha fé em um propósito bem definido, enxergando por que seu negócio existe e qual impacto você deseja gerar por meio do seu esforço diário.” Segundo a empreendedora, com esses ingredientes, não há nada que possa fazer a receita desandar.

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