Curso Natureza de Jardinagem
| 31 | EDUARDO GONÇALVES A lgumas verdades são absolutas e chegam a doer. Uma delas é que não se pode tirar algo de algum lugar sem que aquilo tenha sido colocado lá antes. E as plantas parecem se esmerar para deixar isso claro todos os dias. Assim como qualquer ser vivo, plantas precisam de matéria para construir as estruturas que tanto apreciamos. E essa matéria vem da água, do ar e dos sais minerais absorvidos pelas raízes. Não conheço ninguém em sã consciência que tente limitar o suprimento de ar para uma planta, e acho que todo mundo já aprendeu que sem água não dá para crescer muito. Por outro lado, a maioria das pessoas ainda não internalizou que, apesar do impacto não ser tão imediato quanto a falta de água, fertilizantes são imprescindíveis. Em um plantio ornamental, a falta de nutrição mineral vai reduzir profundamente a qualidade estética do jardim, além de atrasar o crescimento das plantas. Entretanto, se o objetivo do plantio for a produção de alimentos, talvez você só consiga retirar algo dali uma única vez. É que o que você precisa tirar de lá não é só uma poda eventual, mas um conjunto de tecidos ricos em nutrientes, e isso vai ser difícil sem adicionar adequadamente os minerais necessários para se produzir tais tecidos. A planta pode até aproveitar os nutrientes disponíveis localmente para preparar uma primeira oferta de alimentos, mas dificilmente vai conseguir repetir o feito. Por esse motivo, se você cultiva plantas comestíveis e pretende retirar de lá esses alimentos, é absolutamente razoável ter um programa claro de fertilizações, entrando com adubo a cada três meses, pelo menos. Isso vale para frutas, hortas e até PANCs. A regra é clara: se queremos tirar, temos que repor. A planta em vaso precisa sempre de fertilização, mas o excesso é tão prejudicial quanto a falta bane.m / Shutterstock
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