Curso Natureza de Jardinagem
| 17 | EDUARDO GONÇALVES No momento do plantio, não existe esse negócio de “água demais” sacos de materiais que forammisturados. Até o berço deve estar desidratado. No fim das contas, o terreno rouba umidade do substrato, que, por sua vez, rouba umidade do torrão e das raízes. A água acrescentada em excesso garante que todo o material incluído como substrato esteja bem agregado no momento do plantio. Também hidrate o terreno ao redor, reduzindo sua habilidade de desidratar o torrão e as raízes. Se todo o material do berço está encharcado e a água ocupa cada poro do substrato, esse espaço vai se abrindo naturalmente à medida que a água evapora ou vai sendo absorvida pelo entorno, podendo ser ocupada pelo ar, outro elemento que precisa estar presente no substrato para que ele possa ser chamado de solo. Essa estratégia também evita a impermeabilização superficial. Em solos argilosos, quando a água acrescentada é pouca, o topo do substrato pode formar uma espécie de lama, que seca rapidamente e forma uma camada totalmente endurecida, quase como um tijolo. E ela pode impedir que outras águas entrem no torrão. Da mesma forma, se uma bolsa de ar ficar dentro do berço, talvez por preenchimento irregular na hora de completar o substrato, esse espaço seco pode desidratar a planta nos momentos críticos após o plantio. Mesmo evitando que tais espaços sejam formados, eles não são incomuns. Então, é melhor que eles estejam cheios de água em um primeiro momento. Um bom plano para garantir hidratação plena inicial é, antes de começar o plantio, colocar a ponta da mangueira no fundo do berço. Ao final do plantio, ligue a água e permita que o berço fique encharcado. Ao fim, puxa a mangueira de volta, deixado tudo bem hidratado. Antes do plantio, a planta não está com raízes intactas, muito menos em um torrão úmido, por isso, vale regá-la sem moderação Vadym Zaitsev / Shutterstock
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