39 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb O racismo estrutural faz com que o coletivo não consiga imaginar que cientistas, inventores e intelectuais sejam pessoas pretas e pardas '' Simara Conceição, desenvolvedora de software na Thoughtworks empresas que não adotam as mesmas medidas, segundo pesquisa da McKinsey & Company –, pensar de maneira responsável a respeito de soluções tecnológicas também o traz. “Você melhora a percepção da sua marca e a sustentabilidade, e tem maior aquisição e retenção de clientes e talentos”, diz Simara. Na prática, tecnologia responsável é um termo relativamente novo, que está ligado ao nível de conscientização sobre questões éticas e ambientais relacionadas ao uso de tecnologia. Hoje, 73% das lideranças entendem que o tema vai se tornar tão importante quanto fatores comerciais e financeiros, na hora de tomar decisões. Os dados são da pesquisa global “O Estado da Tecnologia Responsável”, elaborada pela MIT Technology Review Insights, em parceria com a Thoughtworks. A tecnologia responsável se propõe a fazer com que as empresas questionem pontos como acessibilidade e design inclusivo em produtos digitais, redução do impacto ambiental, cumprimento de regulações como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), mitigação de vieses em algoritmos e IA, ampliação de vozes diversas no time, além de entenderem a importância de educar e envolver todo o ecossistema. “É necessário olhar o ontem, como forma de aprendizagem, e o hoje, com noção para lidar com as realidades. Apenas assim poderemos transformar o presente e melhorar o futuro”, conclui Nina. microfone para mulheres, para pessoas pretas e pardas, para a diversidade. Não podíamos falar a respeito de nossa realidade e muito menos desenhar nossos possíveis futuros”, afirma Nina Silva, CEO e fundadora da D'Black Bank e fundadora do Movimento Black Money. Tecnologia responsável Simara destaca que todos os seres humanos possuem vieses, e as tecnologias refletem isso. “Não é porque sou uma pessoa gorda, preta, nordestina, bissexual e mulher que não tenho vieses. Eu tenho, sim. E as tecnologias reproduzem o que a sociedade é. A questão é que elas têm alcance global, em massa e em alta escala. Por isso, é importante entender como não reproduzir esses vieses no digital”, explica a especialista. Da mesma forma que a diversidade gera lucro – até 20% a mais do que em
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