38 //reportagem / pílulas de conhecimento //revistalocaweb @revistalocaweb Os trabalhadores negros e pardos têm participação reduzida em cargos de média e alta gestão. Apenas 0,7% ocupam esses espaços. Entre brancos, indígenas e amarelos, a proporção é de 2%. Isso é o que mostra um levantamento da Vagas.com, empresa de soluções tecnológicas de recrutamento e seleção. Estatísticas como essas fazem com que a sociedade, de forma geral, não associe tais pessoas a grandes descobertas e inovações. “O racismo estrutural faz com que o coletivo não consiga imaginar que cientistas, inventores e intelectuais à frente de seu tempo sejam pessoas pretas e pardas”, aponta Simara Conceição, desenvolvedora de software na Thoughtworks. “O Brasil viveu mais de 300 anos de escravização. Quase mais de um século depois, a gente ainda carrega esse tipo de pensamento, segundo o qual pessoas pretas e pardas não possuem lugar em profissões de intelectualidade”, completa. Além do racismo estrutural, existem outros tipos de opressões contra populações Diversidade em pauta NINA SILVA E SIMARA CONCEIÇÃO APONTAM COMO A TECNOLOGIA PODE PROMOVER DEBATES E MITIGAR RISCOS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS que são minorizadas, marginalizadas e invisibilizadas. Entre eles, é possível citar capacitismo, xenofobia, LGBTfobia, etarismo, classismo, transfobia e gordofobia. A tecnologia, no entanto, tem poder para promover o debate sobre como garantir que riscos e implicações sociais sejam avaliados adequadamente, incorporando valores de privacidade, empatia, equidade e inclusão. “Trabalho com tecnologia há 23 anos, período em que estou tentando galgar espaço, desde uma época em que não havia Há 23 anos na área de tecnologia, Nina Silva trabalha dando voz para pessoas pretas e pardas
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