Locaweb Edição 122

25 // capa / inspiração jovem // revista locaweb Social e profissional Internamente, todo o ecossistema funciona com um modelo de gestão inspirado nos mecanismos de administração da Ambev, com metas, indicadores de performance, rituais de gestão, planos de carreira e gratificação para os colaboradores. Edu conta que os times também trabalham com autonomia e em colaboração para alcançar resultados mais assertivos. A partir daí, a Gerando Falcões mantém várias frentes funcionando ao mesmo tempo, com diferentes focos. As três unidades próprias, por exemplo, são laboratórios de inovação e espaços para oficinas de cultura e esporte. A Falcons University, por sua vez, é uma aceleradora de talentos e iniciativas focados em melhor estruturar organizações não governamentais. Já o programa Jovem Falcão orienta, acompanha e inspira para que a juventude da favela tenha oportunidade nos grandes centros. Entre outros projetos, o Favelas 3D (Dignas, Digitais e Desenvolvidas) é o grande moonshot do negócio. “A proposta é criar soluções para os problemas que mais afetam os moradores de favela, reunindo poder público, comunidade, setor privado, universidades e terceiro setor na transformação desses territórios”, explica Edu. “Antes de colonizar Marte, precisamos resolver nossos problemas, que são cruciais e urgentes. Somos a última geração que tem chance de mudar o futuro", completa. Impacto real Com o dinheiro das vendas do livro, Edu fundou a Gerando Falcões ao lado dos amigos Lemaestro, Amanda Boliarini e Mayara Lyra. Oficializado em 2013, o ecossistema do projeto foca mudar a vida de crianças, jovens, líderes e moradores da favela por meio da combinação entre educação socioemocional e profissional, acesso ao trabalho e tecnologia. “Nossa missão é transformar a pobreza em peça de museu”, destaca o fundador. Quem enxerga hoje o tamanho do potencial do negócio não imagina o espaço apertado em que ele nasceu. “Era uma dureza pagar o aluguel”, lembra Edu. Esses cenário, porém, não impediu que, 10 anos depois, a Gerando Falcões alcançasse mais de 3.700 favelas em 25 estados brasileiros. “Tudo deu certo graças ao time maravilhoso, ao apoio de parceiros incríveis e a uma incansável perseverança e força de vontade de combater a pobreza no País.” Provocar tamanho impacto, por sua vez, só foi possível com a expansão do trabalho, fomentando e transferindo conhecimento para outras ONGs com potencial para transformar seus territórios. Afinal, o Brasil temmais de 14 mil favelas e, para se tornar relevante, era fundamental que o ecossistema garantisse uma operação em alta escala. Aos poucos, o projeto foi ainda mais impulsionado com a atração de empresas engajadas no combate à pobreza. Assim, a Gerando Falcões já fez as famosas “collabs” com as marcas Havaianas, Starbucks e Nestlé, para a arrecadação de fundos. Além disso, a parceria com grandes instituições tem sido determinante em ações emergenciais como a “Corona no Paredão”, que arrecadou R$ 100 milhões para o combate à fome durante a pandemia.

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