Locaweb Edição 117

10 // entrevista // revista locaweb @revistalocaweb Quais foram as principais estratégias usadas para consolidar a Chilli Beans no mercado brasileiro? A primeira foi focar sempre o branding. Muitas vezes, deixamos de anunciar um produto para fortalecer a marca. Isso faz toda a diferença. Outro ponto importante foi ter produtos e comunicação com personalidade. Em vez de vender óculos, vendemos histórias, o que diferencia a Chilli Beans de todos os concorrentes. A Chilli Beans tem um estilo autêntico e despojado, tanto em seus produtos como em seus pontos de venda. Encontrar um visual marcante e que converse com o público- alvo é importante para se destacar? É absolutamente essencial se diferenciar no mercado. Caso contrário, não há competição. Criar produtos únicos e atender o cliente com proximidade é algo que faz a diferença. É preciso sempre pensar no longo prazo, focando o que você quer trazer para o consumidor como uma história, e não apenas vendas. Isso fortalece a marca para o futuro. O conteúdo divulgado nas redes sociais da Chilli Beans vai muito além de promoções. Como a marca usa esses canais para se aproximar do público e oferecer informações de valor a ele? Se levarmos em consideração que a Chilli Beans é uma marca que conta história, as redes sociais são um prato cheio. É por meio delas que falamos a respeito de inspirações dos produtos, design e muito mais. Por isso, volto a repetir: não vendemos apenas óculos escuros, mas sim histórias. E o mais interessante é que usamos ferramentas como redes sociais, funcionários e e-commerce para mostrar tudo isso ao consumidor. Afinal, não adianta nada ter a história e não ter quem contá-la. Como participante do Shark Tank Brasil, quais são os principais conselhos que você dá para pequenos e médios empreendedores em busca de investimentos financeiros? São três recomendações principais. A primeira é fazer contas para ver se sua empresa “para em pé”. A segunda é ter uma noção completa da marca, o que é muito importante – do contrário, você vai vender desconto para o resto de sua vida. E a última dica é fortalecer a história. Afinal, vender commodity é algo que quase todo mundo pode fazer, mas quando se tem um diferencial do produto ou uma trajetória interessante, você não está mais oferecendo apenas óculos, camisas ou tênis, mas algo diferente. Quais setores do mercado você acredita que, nos curto e médio prazos, têm mais chances de despertar interesse nos investidores? Há muita oportunidade no lado tecnológico, que é bem importante, com a parte de aplicativos, e-commerces e tudo isso que estamos vivendo. Esse vai ser nosso futuro. As pessoas se esquecem, no entanto, de prestar atenção em nichos abandonados e que têm um potencial gigantesco. É possível colocar a mão neles e repaginá- los, assim como fizemos há 24 anos, com a Chilli Beans. À época, as óticas já existiam, mas com uma imagem bem diferente. Reformulamos esse setor, trazendo uma cara nova. Existem muitos outros segmentos disponíveis que precisam disso para “botar para quebrar”. Quais dicas você daria para o pequeno ou médio empreendedor que deseja começar um negócio, agora, no Brasil? Usaria a ferramenta online no primeiro ano, para lançar o negócio, fortalecer a marca, deixar tudo muito forte, contar história, falar de branding e vender o produto ou serviço, é claro. A dica é aproveitar ao máximo esse primeiro ano para colocar toda a força e, depois disso, fazer uma estratégia 360º, que reúna canal online e físico. Quais são as expectativas para o futuro da Chilli Beans e de sua carreira como empresário e empreendedor? Já traçamos nossos próximos cinco anos. O plano é chegar a 1.200 lojas da Chilli Beans e abrir mais 600 unidades da Ótica Chilli Beans, que é um projeto novo, com uma marca nova. Trata-se de uma ótica mais madura, voltada a um público mais velho e sofisticado. Também vamos lançar duas marcas novas. Além disso, fechamos contratos de distribuições internacionais na Alemanha, na Suíça, em Luxemburgo, na Áustria, na Índia e na Austrália. Há muita coisa boa pela frente.