Locaweb Edição 113

34 // reportagem / cruelty free // revista locaweb @revistalocaweb O conceito de cruelty-free foi muito fomentado, em especial, pelos veganos – pessoas que não consomem absolutamente nenhum produto com ingredientes de origem animal. “Essa maior conscientização a respeito do impacto da indústria de carne e laticínios sobre a saúde, o planeta e os animais afetou, com o passar do tempo, todos os setores da sociedade”, conta Paulo Ibri, CEO da food tech 100 Foods. Entretanto, é preciso esclarecer que, apesar de todo produto vegano ser cruelty-free, o contrário não é, necessariamente, uma regra. Isso se deve ao fato de que muitas empresas ainda usam matérias-primas de origem animal, mas trabalham orientadas pelas questões de sustentabilidade e da causa de uma forma geral. A experiência vem se mostrando válida não apenas para as marcas que já nasceram assim, mas também para quem deseja se inserir nessa esfera. Mercado para todos Na qualidade de um cenário que mexe cada vez mais com os hábitos dos consumidores, a produção livre de crueldade com animais deve ser vista pelos empreendedores como algo que vai muito além do setor de alimentação. A cada dia, o conceito ganha mais força em outros segmentos de grande consumo, como os de roupas, calçados, joias, cosméticos e produtos de higiene e limpeza. “O perfil de quem busca produtos sem ingredientes de origem animal envolve, majoritariamente, mulheres jovens, dos 18 aos 34 anos, e que não necessariamente veganas”, afirma Paulo. E está aí o ponto- chave: negócios cruelty-free atraem não apenas as pessoas que praticam o veganismo, mas também todas aquelas que já têm certo grau de consciência sobre o assunto e desejam mudar seu comportamento na hora de consumir. Mulheres jovens, dos 18 aos 34 anos e não necessariamente veganas, compõem o perfil majoritário de quem busca produtos cruelty-free, segundo Paulo, da 100 Foods Glossário Entender a diferença entre os termos é fundamental para alinhar a marca e transmitir sua essência de forma correta para o consumidor. Confira: Cruelty-free: o selo está relacionado com marcas ou produtos que não envolvem testes em animais em toda a sua cadeia e processo de fabricação. Vegan: empresas ou produtos que não usam animais para testes ou qualquer outro tipo de exploração e não têm parcerias comerciais com fornecedores que adotam esses métodos – em qualquer etapa do processo de produção. Natural: de acordo com a certificação Cosmebio, os produtos assim denominados devem conter, no mínimo, 95% de matéria-prima de origem natural – que pode ser com água ou à base de minerais considerados naturais. Um estudo divulgado pela empresa de pesquisa de mercado Technavio estima que o mercado global de cosméticos veganos, por exemplo, deve atingir o equivalente a US$ 3,32 bilhões até 2024, com taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 4%. Ainda de acordo com a análise, o setor se mostra bastante fragmentado em pequenos e médios negócios, com vários players disputando market share. Já um relatório publicado pela ReportLinker mostra um cenário ainda mais otimista, ao apontar que o mercado global de cosméticos veganos chegará a US$ 21,4 bilhões até 2027. Só o setor de cuidados com a pele, especificamente, tem projeção de registrar um crescimento de 5,6% e atingir US$ 7,8 bilhões até o fim do período projetado. O fato é que, dentro e fora do Brasil, os selos cruelty-free

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