Locaweb Edição 111
// revista locaweb @revistalocaweb 40 // capa / diversidade D iante do número de pessoas que se identificam como negras no Brasil, a loja online Boutique de Krioula nasceu com o intuito de lembrar que essa parcela da população é maioria e precisa ser atendida. “Ainda hoje, é difícil encontrar produtos para nossa cor de pele e a textura do nosso cabelo, assim como se identificar com um personagem na TV ou modelo nas publicidades”, destaca Michelle Fernandes, fundadora do e-commerce. Os turbantes, peças que despertavam a curiosidade de amigas e pessoas próximas, sempre foram muito presentes no guarda-roupa pessoal de Michelle. Com essa situação cada vez mais frequente, ela decidiu criar um site para atender o público e vender o acessório. Motivada a resgatar a autoestima da mulher negra brasileira, a Boutique de Krioula foi fundada em 2012 na periferia de São Paulo, no distrito de Capão Redondo. Michelle lembra que o negócio é, hoje, pioneiro no segmento de moda afro-brasileira – com um catálogo de produtos que conta também com roupas, chinelos, maiôs e joias. Para fortalecer ainda mais o apego à cultura e sua valorização, por meio da história do turbante e suas diversas amarrações, o e-commerce iniciou, em 2013, o projeto Workshop Rainhas Urbanas. Se me vejo, compro de todas as cores, enaltecendo a diversidade brasileira. “A Boutique de Krioula, assim como outras marcas lideradas por pessoas negras, está fazendo seu papel para promover essa mudança. Por isso, nosso objetivo é continuar existindo, mesmo em meio a dificuldades, e crescer ainda mais.” BOUTIQUE DE KRIOULA FOI CRIADA PARA AUMENTAR A REPRESENTATIVIDADE DA MULHER NEGRA NO MERCADO BRASILEIRO “Com isso, a marca abriu portas para as mulheres que sempre sonharam usar o acessório, mas deixaram essa vontade de lado por conta do preconceito da sociedade com a peça”, lembra a fundadora. Com a loja online atendendo nacionalmente e workshops realizados não apenas nas principais capitais, mas também em várias cidades do interior do Brasil, a Boutique de Krioula tem feito com que muita gente se sinta representada. “Em especial, as mulheres negras que buscavam uma marca que valorizasse suas raízes, enxergasse sua beleza e, sobretudo, trouxesse sua imagem em papéis de protagonismo”, diz Michelle. Mudança de comportamento Hoje, a loja orgulha-se de cumprir o objetivo de mostrar às marcas a importância de deixar o padrão de beleza europeu de lado e começar a valorizar a beleza negra. “Elas também precisam entender que as pessoas negras têm poder de consumo. É notório que, cada vez mais, queremos colocar nosso dinheiro nas mãos de empresas que tenham essa consciência verdadeira”, afirma Michelle. De olno no futuro, a empreendedora espera que seja normal olhar para marcas, propagandas e catálogos e ver linhas completas para pessoas Michelle destaca que empresas com consciência verdadeira atrairão cada vez mais público
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