Locaweb Edição 111
38 // capa / diversidade // revista locaweb @revistalocaweb U m dos maiores e mais antigos projetos de empregabilidade de pessoas trans do Brasil, a TransEmpregos é uma iniciativa sem fins lucrativos que conecta empresas e profissionais. A ONG também oferece e fomenta a qualificação profissional para promover um mercado de trabalho mais diverso e inclusivo. No final de 2014, ano em que a organização foi fundada, Márcia Rocha, idealizadora e coordenadora da TransEmpregos e advogada integrante da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB SP, começou a receber convites para desenvolver palestras dentro de empresas multinacionais comprometidas com a diversidade e a inclusão. A partir de 2018, a iniciativa ganhou destaque no País e, atualmente, já tem mais de 700 parceiros engajados com a causa. Além de manter o banco de dados de profissionais transgêneres, a TransEmpregos atua na consultoria dentro de grandes companhias. “Nós fazemos de forma gratuita capacitação de RH, conscientização de profissionais e sugestões de formas de inclusão. Afinal, é essencial que esses negócios tenham consciência da necessidade de haver diversidade nesses espaços”, conta Márcia. Verdadeira transformação Em 2020, foram 700 pessoas contratadas, mesmo com a Trabalho de inclusão crise econômica provocada pela pandemia. Hoje, diversas multinacionais e grandes escritórios de advocacia têm colaboradores trans. “Por conta do trabalho da TransEmpregos, felizmente foram inseridas no mercado pessoas trans com extrema qualificação em áreas TRANSEMPREGOS FAZ PONTE ENTRE EMPRESAS QUE BUSCAM TIMES MAIS DIVERSOS E PESSOAS TRANS À PROCURA DE EMPREGO de grande relevância, como Direito, Engenharia e Medicina”, afirma Márcia. Segundo a advogada, o projeto permitiu também que muitas pessoas que tinham medo de se assumir, com receio de perder seus empregos, pudessem declarar sua identidade e se sentir livres dentro do ambiente de trabalho. “Acredito que a ONG está ajudando a promover espaços mais inclusivos não apenas dentro das empresas, mas também na sociedade com um todo”, explica Márcia. Dentro desse cenário, o maior trunfo da TransEmpregos é quebrar o estereótipo relacionado à comunidade e mostrar que os profissionais trans estão trabalhando, querem trabalhar e são capacitados. “Estamos provando que são pessoas como quaisquer outras, que querem ter uma vida normal e com dignidade”, afirma a advogada. Para os próximos anos, o objetivo da iniciativa é ampliar o número de vagas fora do estado de São Paulo. A proposta também é garantir que as pessoas trans ocupem espaços em escolas, universidades e cursos profissionalizantes, de modo que se tornem cada vez mais qualificadas. “Até o momento, posso dizer que estamos bastante felizes com o que já conquistamos. O que precisamos agora é seguir em frente”, afirma a idealizadora da TransEmpregos. Com capacitação e conscientização, projeto de Márcia está ajudando pessoas trans a se posicionar em diversas áreas do mercado
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