Locaweb Edição 111
35 // capa / diversidade // revista locaweb De acordo com Leizer, da Comunidade Empodera, empresas que apostam em equipes com pessoas diversas enxergam problemas a partir de perspectivas distintas mais é do que o reconhecimento da sociedade a respeito da existência de uma grande gama de itens e serviços especialmente dedicados às necessidades das pessoas com mais de 50 anos. Para quem quer começar a empreender, Leizer destaca que não se pode esquecer também os moradores das favelas – que movimentam R$ 119,8 bilhões por ano, de acordo com a pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras” –, bem como os lares liderados por mulheres e as mais de 45 milhões de pessoas com deficiência. Todos esses grupos têm poder e decisão de compra emmercados que não os atendem de forma adequada. Nesse movimento, há ainda o chamado Black Money, que fomenta o empreendedorismo de pessoas Como ter um negócio mais inclusivo? Como diversidade e inclusão são temas recentes dentro do ambiente institucional, é natural que muitas empresas tenham de passar por um processo de construção dessa cultura. Leizer Pereira, CEO e fundador da Comunidade Empodera, dá uma dica para iniciar o processo: tudo deve começar de cima. “O principal ativo é o conhecimento dos termos, o amparo e o engajamento a partir da liderança”, diz. Sem isso, não há orçamento disponível para as atividades de diversidade e inclusão, tampouco condições para que elas se desenvolvam. Letícia Rodrigues, sócia-fundadora da Tree Diversidade, vai além. “Os líderes estão em posição de influenciar reflexões e comportamentos em toda a companhia. Dessa forma, se eles tiverem planos de entendimento dos conceitos e sua importância, fica muito mais fácil construir uma cultura organizacional inclusiva”, explica. O segundo passo para ter um negócio mais inclusivo é fazer um diagnóstico da diversidade que já existe na sua empresa. A ideia é identificar o nível de representatividade de grupos minorizados e as posições que essas pessoas ocupam. A partir daí, é possível eleger as prioridades, como ampliar a participação das mulheres na alta gestão, integrar mais os colaboradores com deficiências e criar rotas de acesso às pessoas negras, além de tratar pontos como machismo, homofobia e elitismo, entre outros. Durante todo o processo, é preciso ter em mente que diversidade tem a ver com diferentes pensamentos, backgrounds, histórias e vivências. “Ter pessoas diversas em uma equipe significa voltar a atenção para problemas a partir de perspectivas distintas, sem deixar pontas soltas”, explica Leizer. O especialista destaca que a diversidade do povo é um dos grandes ativos do Brasil. “Se você joga fora e exclui essas diferenças, descarta todo o conhecimento que elas podem agregar.” As empresas que conseguem absorver e aplicar os conceitos de diversidade e inclusão posicionam-se, naturalmente, como preocupadas com questões sociais e marcas atentas às transformações do mundo. “Esses negócios são capazes de mobilizar debates plurais, que resultam em produtos e serviços que atendem as necessidades de um número muito maior de pessoas”, diz Letícia. negras para pessoas negras – e para outros públicos também. Assim como o Pink Money, focado no atendimento e amparo das pessoas da comunidade LGBTQIA+. “Tudo isso revela que as pessoas querem ser representadas na comunicação das marcas. O surgimento cada vez maior de negócios específicos deixa claro que há necessidades negligenciadas”, comenta Letícia. Nesse contexto, os conceitos de diversidade e inclusão despontam como questões estratégicas de empreendedorismo. Contudo, é de extrema importância ter em mente que, para criar um negócio de impacto, é preciso ter propósito. Não se pode ficar preso ao modismo e ao potencial desse setor. Para obter sucesso, é imprescindível encarar essa missão como um papel de transformação social.
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