Locaweb Edição 107
30 // feed / diversidade // revista locaweb que os desafios de implementação do conceito são enormes. Apesar de ser um ponto básico, a representatividade é um dos grandes entraves ao processo. “Mais de 50% da população brasileira se autodeclara negra, mas raras são as empresas de qualquer porte que atingem essa proporção no quadro de funcionários. O mesmo vale para as mulheres, que ainda são minoria em muitos setores”, conta Beatriz Santa Rita, professora de Gestão de Diversidade e Inclusão da FAE Business School. A especialista acrescenta, porém, que a representatividade nos cargos de entrada, como os mais velhos e quem não tem um segundo idioma no currículo. Essas são questões estruturais que ainda precisam mudar”, diz Amanda Aragão, consultora sênior na Mais Diversidade, curadoria de talentos diversos que auxilia as empresas a encontrar candidatos com diferentes perfis para posições de liderança. Entenda sua jornada É natural que uma transformação no negócio não aconteça da noite para o dia, ainda mais quando se fala em diversidade. Ela deve começar com ações pontuais, em um movimento de baixo para cima. Uma boa dica é criar um comitê responsável pelo direcionamento dessas iniciativas e trabalhar em cima de metas a serem atingidas em relação ao tema. Na hora de contratar, por exemplo, Amanda diz que muitos negócios usam o argumento de que desejam criar times mais diversos, mas não encontram profissionais no mercado. “Aqui, vale destacar que as empresas precisam ir atrás dessas pessoas, e não esperar que elas apareçam. Quando isso for feito, vão perceber que há muita gente capacitada à disposição”, garante. Para reter esses talentos, ainda é fundamental seguir o caminho das competências, e não o das experiências, levando em conta que nem todas as pessoas têm as mesmas oportunidades. Depois, é preciso criar pilares de cultura de respeito e desenvolvimento em relação aos talentos, além de atender às necessidades das pessoas e criar ambientes que ofereçam segurança psicológica. Este último termo está relacionado à ideia de que a equipe não vai envergonhar, rejeitar ou punir alguém por se pronunciar, perguntar, errar ou simplesmente ser quem é, de fato, no ambiente de trabalho. É preciso deixar claro e ter certeza de que cor, É importante ir além do escritório, mudar os estereótipos na prática e mostrar que certas mentalidades estão erradas '' Amanda Aragão , consultora sênior na Mais Diversidade os de estagiários, assistentes administrativo e analistas, já está perto do ideal dentro dos negócios que abriram os olhos à questão há algum tempo. Esse é um movimento que vem atingindo, principalmente, as PMEs. Já nos cargos de liderança, como coordenação, diretoria e conselhos executivos, a diversidade ainda é baixíssima. E o que é pior: isso ainda é visto como algo natural. “Além das abordagens sexistas nas entrevistas de emprego, as políticas e os processos corporativos, em geral, excluem profissionais que moram na periferia, assim como
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