Locaweb Edição 105
12 // entrevista // revista locaweb Quais foram as maiores mudanças que atingiram o setor audiovisual desde o início da pandemia de covid-19 no Brasil? Antes da pandemia, nossos clientes buscavam conteúdos tradicionais. Tanto é que, emmarço de 2020, já estávamos nos planejando para fazer campanha para o Dia das Mães. O novo coronavírus mudou o cenário. Tivemos uma queda de 50% nesse tipo de produção. Ao mesmo tempo, outros produtos ganharam espaço. No início, as empresas nos contrataram para fazer vídeos de conscientização. Em seguida, apareceram as lives, o que exigiu grande adaptação da nossa parte. Uma produção que antes costumava ter três câmeras, com uma delas emmovimento, por exemplo, passou a ter apenas dois equipamentos, e ambos estáticos. Com isso, a equipe foi reduzida para, emmédia, dois profissionais por trabalho – todos com a exigência de usar máscaras e seguir diversos protocolos de segurança. Essa mudança trouxe lados positivos e negativos para o setor audiovisual, de forma geral. Enquanto o número de funcionários diminuiu, o valor se tornou mais acessível para os consumidores. E isso abriu espaço para que empresas menores passassem a usar a ferramenta. As lives provocaram mudanças não apenas na produção da Artes Filmes, mas também na forma de consumo dos brasileiros. Por que as transmissões ao vivo tiveram esse destaque durante o distanciamento social? As transmissões ao vivo já existiam na internet, mas não eram populares. A pandemia de covid-19 forçou os brasileiros a consumir mais esse tipo de conteúdo, e a aceitação foi imediata. Isso porque as produções tradicionais, feitas em emissoras de televisão, acabaram sendo reduzidas por causa do alto contágio. As lives surgiram como a alternativa mais próxima desse modelo, uma vez que conseguiram promover certa interação virtual e permitiram às pessoas se entreter e se relacionar melhor no meio de um período caótico. É por isso que, no começo da pandemia, esse conteúdo era usado mais para entretenimento, com destaque para os shows de grandes artistas. Agora, porém, o cenário é outro. O mercado corporativo abraçou a ideia e começou a explorar o potencial do recurso. Isso significa que as empresas vão dominar a produção de lives em 2021? Sim. É uma tendência que veio para ficar. Principalmente quando falamos de convenções, workshops e eventos em geral. Os encontros presenciais nas empresas vão voltar com força total, mas passarão a ser híbridos, com presença física e transmissão ao vivo realizada de forma simultânea. Diversas empresas, neste caso, de grande porte, já estão querendo implantar estruturas internas, gerenciadas por produtores de vídeo, para atender funcionários espalhados pelo Brasil. Nessa corrida das lives corporativas, o que faz a diferença na hora de atrair o público, sobretudo para as PMEs? Ter um conteúdo bom será sempre o grande diferencial nas transmissões ao vivo, independentemente do tamanho da empresa. Com um tema atrativo, rico e bem-produzido, as lives, por exemplo, vão ter audiência e se tornar uma experiência gigantesca para todos os envolvidos. Do contrário, o desempenho não será legal. Quais outros conteúdos audiovisuais você acredita que terão destaque no próximo ano? As videoconferências, sem dúvida. As reuniões online já estavam disponíveis, mas as pessoas se recusavam a aceitá-las, preferindo as presenciais. O distanciamento provocado pelo novo coronavírus mostrou, porém, que essa ferramenta poderia ter sido explorada há muito mais tempo, já que ajuda em várias frentes, inclusive na economia de combustível e no deslocamento dos colaboradores. Isso vai continuar em alta. Em uma visão macro, a pandemia mostrou a importância do setor audiovisual. O vídeo é a melhor forma de se comunicar, e isso irá perdurar por muito tempo. Na prática, como as pequenas e médias empresas podem aproveitar esse cenário? Costumo dizer que todo CNPJ precisa de um vídeo. A produção audiovisual é fundamental para quem quer atingir seu público. Minha dica é que as PMEs comecem apostando em uma produção mais básica, para ir ganhando corpo dentro do meio. O sucesso está no bom conteúdo. Conheço pequenas e médias empresas que fazem vídeos simples, mas com ótimos resultados, pois conseguem estabelecer uma comunicação diferenciada, que atinge seus consumidores. Que dicas você daria para as PMEs produzirem vídeos realmente atrativos, que atinjam o público-alvo e sejam revertidos em números de vendas de produtos, por exemplo? A principal dica é contar com ajuda profissional. As empresas que não têm orçamento para contratar uma produtora até conseguem criar vídeos simples por meio de aplicativos, mas elas tendem a não dar continuidade na produção. Para dar certo, é necessário estabelecer um planejamento anual e consistente. Não basta fazer um vídeo e esperar o resultado no dia seguinte. Outro ponto é saber qual tipo de conteúdo usar. Muitos empreendedores têm ideia do que querem, mas ela não necessariamente está conectada ao momento vivido pela companhia. Na Artes Filmes, buscamos dar uma consultoria audiovisual. Fazemos uma imersão com os colaboradores e, a partir daí, mostramos os possíveis caminhos para ter sucesso dentro do setor. Essa é a chave para crescer no mercado. Minha dica é que as PMEs comecem apostando em uma produção mais básica, para ir ganhando corpo dentro do meio. O sucesso para conquistar o público está na criação de um bom conteúdo ''
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