Locaweb Edição 104
U m dos primeiros pensamentos que vieram à mente quando decidi criar minha própria empresa foi: “quero que os funcionários se sintam realizados e felizes”. Esse era meu sonho. À época, tinha pouco mais de 25 anos e havia passado por experiências profissionais que me fizeram perceber que muitos colegas de trabalho se sentiam presos, desmotivados e não se viam representados ou ouvidos. Por isso, tanto quanto desenvolver capital de giro, clientes e investimento emmarketing, sempre tive como foco gerar uma cultura de trabalho mais saudável. Isso vai além de ter um escritório com pufes, videogame e cerveja no fim do expediente. Tudo isso pode ser atrativo, mas é uma parte muito pequena do que chamamos de cultura corporativa. O conceito é mais amplo e abrange todas as pessoas que fazem parte de uma empresa, do fundador ao responsável pela faxina, sem desmerecer a opinião e a individualidade dos envolvidos. Dessa forma, ao realizar um rebranding da nossa marca, optamos por envolver no processo diversos colaboradores, muitos deles com perspectivas distintas. Tudo foi feito por meio de trocas, conversas e escuta – muita escuta. Ao criar e ouvir as pessoas que trabalham conosco, fica mais fácil entender que cada indivíduo representa o sucesso do projeto tanto quanto nós. Pode parecer óbvio, mas tenho minhas dúvidas se essa é uma prática tão comum quanto deveria ser na realidade de muitos executivos. Dito isso, o que descobrimos com essa experiência foi justamente um alinhamento entre a visão, a missão e os valores que constituíam a empresa. A cultura que havia sido criada, por mais que ainda não estivesse oficializada, existia informalmente no dia a dia de todos os envolvidos. OUVIR OS FUNCIONÁRIOS É AMELHORMANEIRA DE DAR A ELES OS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA A SATISFAÇÃO PROFISSIONAL E PESSOAL É fundamental gerar uma cultura de trabalho mais saudável Passado um ano desse trabalho, a companhia mais do que dobrou em tamanho e número de funcionários. Celebramos cinco anos de empresa, mas fomos surpreendidos com a pandemia, que impossibilitou o contato físico e nos desafiou a trabalhar a distância. Novamente, a solução escolhida para superar tudo isso foi ouvir. Buscamos entender quais ações deveriam ser tomadas para manter não apenas a produtividade, mas também a saúde física e mental. Fomos atrás de ferramentas, sistemas e estratégias para conseguir que todos estivessem confortáveis para falar, colocar seus pontos de vista e se sentir seguros. Como empreendedores, temos de entender claramente que o colaborador dedica muito tempo de seu dia para o trabalho. Por isso, o empreendedor não deve apenas engajar os funcionários. É importante também dar a eles todos os recursos necessários para a realização pessoal. Talvez essa seja a parte mais importante do processo. Quando decidi empreender, tinha clara essa missão. Queria construir um negócio bem-sucedido, é claro, mas principalmente que se tornasse algo do qual as pessoas tivessem orgulho de participar. Agora, mesmo a distância, esse sonho segue mais forte do que nunca. 22 // opinião // revista locaweb CARLOS TRISTAN COFUNDADOR DA SQUID, EMPRESA DE MARKETING COM FOCO EM INFLUENCIADORES carlosftristan
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