Locaweb Edição 100

18 // opinião // revista locaweb C rises sempre fizeram parte da história. Umas são mais intensas, outras mais brandas; algumas circunscritas, outras generalizadas. O fato é que, de tempos em tempos, as coisas desandam: da economia à política, passando pela saúde, pelos negócios e por diversas outras áreas. Colapsos acontecem. Vão do macro ao micro; do coletivo ao individual. Observe, por exemplo, sua vida: quantos obstáculos você já encarou? Quantas dificuldades enfrenta agora e quantas ainda vão surgir? Eis aí algo democrático: problemas. Todos, sem exceção, os enfrentam. De pessoas a civilizações. A forma com a qual se lida com eles, porém, faz toda a diferença. Existe um autor a quem, volta e meia, eu recorro: o historiador britânico Arnold J. Toynbee, cuja magnum opus é “Um Estudo de História”. Na obra, ele examina em 12 volumes o nascimento, o crescimento e a queda de 26 grandes civilizações. Segundo Toynbee, que faleceu em 1975, todo o processo obedece a uma lógica comum, independentemente do tempo (época) ou do espaço (lugar). Para ele, as civilizações mais bem-sucedidas foram as que conseguiram responder com eficiência aos desafios que lhes foram colocados – ou seja: aquelas que ressignificaram os problemas; que transformaram “veneno” em “antídoto”. Resiliência. Essa é a palavra da moda no mundo dos negócios. Mas, você sabe o que, de fato, significa? Na física, é a propriedade que alguns corpos têm de acumular energia e retornar à forma original após extrema pressão. Na vida empreendedora, de modo parecido, é possível defini-la como a capacidade de lidar com as adversidades diárias, moldando-se a cada situação, sem comprometer o propósito inicial. VENENO E ANTÍDOTO: FAZENDO DO LIMÃO UMA SABOROSA LIMONADA Mentalize o seu projeto de negócio , mesmo que não possa colocá-lo em prática imediatamente Estou falando a respeito de adaptação. Sobre readequar planos de negócios (“pivotar”, se for mesmo o caso) depois de testar estratégias que não surtiram efeito. Falo também sobre desconfiar de certezas, identificar os pontos fortes e as competências que precisam ser desenvolvidas, e, principalmente, reinventar-se. O tempo inteiro. Não é novidade alguma que manter uma empresa no Brasil requer um esforço monumental, quase sobre- humano. Empreender aqui, diante de toda a burocracia envolvida na criação e, sobretudo, na manutenção de um negócio, é missão para os fortes. Daí a importância de ser resiliente. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente; é o que melhor se adapta às mudanças.” A famosa frase, atribuída a Charles Darwin, ressignificada para o contexto empreendedor brasileiro, soa quase como um conselho para nós. É praticamente um chamado à resiliência. Mas como, então, se tornar menos suscetível? Mentalize o seu projeto de negócio, mesmo que não possa colocá-lo em prática imediatamente. Amplie os seus conhecimentos. Assuma riscos calculados. Controle a ansiedade. Mantenha a serenidade. Seja otimista. Tenha coragem. Use a criatividade. Permita-se errar. Permaneça em movimento. Tenha fé. Acima de tudo: faça do limão, por mais azedo que ele seja, uma saborosa limonada. HIGOR GONÇALVES JORNALISTA, PÓS-GRADUADO EM COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA E MARKETING DO CONSUMO, ESPECIALISTA EM ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO, COM MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE MARKETING. higorfgoncalves @ higorfgoncalves higor.fgoncalves@gmail.com

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