Locaweb Edição 95

capa 34 REVISTA LOCAWEB E nada disso, evidentemente, a atrapalhou em liderar, direta e indiretamente, um time de 800 pessoas – sendo 70% homens. Suas habilidades e competências, no entanto, não a excluíram do time de mulheres que teve que provar sua credibilidade como boa profissional e líder desde o início da carreira. “Tinha muitos clientes homens e, por diversas vezes, cheguei às reuniões e não fui reconhecida como diretora. Nesses momentos, jamais pensei em recuar. Pelo contrário, estufava o peito e me posicionava”, lembra. Quem passou por situação semelhante foi Tania. “Como mulher, posso confirmar que os desafios vão mudando conforme se sobe na hierarquia dentro das empresas. Ao longo da carreira, chega um momento em que você precisa provar cada vez mais sua competência”, afirma. Somada a isso, há ainda a desigualdade salarial, que é muito comum. “Certa vez, na posição de diretora, descobri que eu ganhava 25% a menos que um colega com função e resultados parecidos. Confrontei o CEO da companhia e exigi salários iguais.” Depois de muitos anos no mundo corporativo, Tania se rendeu à genética – ela é filha de pais empreendedores – e abriu seu primeiro negócio: uma agência de marketing de performance. “Foi um primeiro passo, mas depois de algum tempo, resolvi vender a empresa e fazer um período sabático. A partir daí, decidi investir em um negócio com a minha cara e os meus valores, no qual eu fosse a grande protagonista. Foi assim que abri a loja 33e34, em 2015.” A ideia nasceu com foco em um nicho desprezado pelo mercado: o de mulheres de pés pequenos que não encontravam sapatos com suas numerações. O projeto era tão promissor que, antes mesmo de ser validado, chamou a atenção do investidor João Kepler. Contudo, um impasse com outro investidor, em 2017, fez Tania deixar o negócio para trás. “Felizmente, há vida depois que você perde uma operação”, brinca Tania. Hoje, além de ser vice-presidente da ABStartups, ela é conselheira de negócios e sócia em outras empresas. “Nessa jornada, ainda descobri que poderia inspirar mulheres, com a minha experiência. Por isso, dou palestras e converso com o público feminino, dentro e fora do ecossistema de startups.” Acolhimento “Quanto mais eu crescia na minha profissão, menos mulheres eu via. Não existia representatividade. Aí, resolvi investir nisso”, conta Geovana. Em 2015, após conhecer grandes Tania lutou por salários iguais aos dos homens em uma companhia e, após um período sabático, criou seu próprio negócio. Hoje, ela também é vice-presidente da ABStartups Shutterstock.com Para mudar a disparidade das mulheres em relação aos homens é preciso estimular a sensação de autoestima e pertencimento desde a infância

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