Locaweb Edição 94

feed 31 REVISTA LOCAWEB boca entrega um pouco, assim como o recorte das orelhas”. O futuro do deepfake O deepfake é uma tecnologia poderosa, que deve ser usada com responsabilidade. “Ela estourou, principalmente, no mundo da pornografia (usuários do Reddit inseriram o rosto de atrizes de Hollywood em filmes adultos). O que mais me preocupa é o pornô de vingança e as fake news, usos nefastos da ferramenta”, diz Bruno. Apesar de acreditar que a solução será usada para propagar supostas imagens imorais de candidatos nas próximas eleições, Gilmar enxerga aspectos muito positivos na tecnologia. “Você vai poder assistir a um filme americano dublado e gesticulado em português, por exemplo. A boca vai se mexer como se ele estivesse falando no nosso idioma. Além disso, dá para trazer pessoas que já morreram de volta para o cinema de forma muito mais fácil”, ressalta. A inteligência artificial também poderá ser usada para corrigir cenas de CGI (geradas por meio de computadores). O canal do YouTube Corridor Crew, por exemplo, usou deepfake para melhorar uma das tomadas mais feias do filme “O Retorno da Múmia”, que mostra o ator Dwayne Johnson no corpo de um escorpião. O resultado ficou bem melhor que o original e dá uma amostra do que se pode esperar da tecnologia ao longo dos próximos anos. E o FaceApp? O FaceApp, aplicativo que envelhece as pessoas em fotos, virou febre na web nos últimos meses. Ele também usa uma tecnologia de deep learning, semelhante à adotada para deepfake. O software tem uma inteligência artificial que analisa milhares de imagens de pessoas idosas e reconhece padrões. Ao encontrar traços semelhantes com o rosto fornecido na foto original, a tecnologia adiciona rugas, cabelos grisalhos e até manchas na pele. Gilmar, do E-farsas, e Bruno, especialista em vídeos: solução pode ser usada para o bem e para o mal scripts, faz-se a substituição do rosto original. A partir daí, a tecnologia passa a compreender cada quadro, identificando a expressão original e procurando uma foto parecida para a substituição”, conta Gilmar Lopes, criador do site E-farsas. O tempo para criar um vídeo desses varia de acordo com a capacidade computacional, mas não é necessário trabalhar com máquinas muito sofisticadas. “É importante ter uma placa de vídeo boa. Quanto melhor ela for, mais rápido será o processo. Atualmente, levo de três a quatro dias para desenvolver um vídeo”, explica Bruno. O profissional destaca ainda que faz um trabalho de pós-produção para retirar erros, acertar cores e melhorar a nitidez. Segundo Gilmar, é justamente esse último passo que deixa o vídeo mais parecido com algo real. Entretanto, o especialista conta que ainda é possível usar truques para identificar um deepfake. “Em alguns momentos, a pessoa aparece com a sobrancelha duplicada. Além disso, o movimento da Shutterstock.com

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