Locaweb Edição 92
especial 42 REVISTA LOCAWEB “A acessibilidade web no Brasil ainda temmotivações muito mais ligadas a aspectos legais do que àquele paradigma de responsabilidade social e inclusão que toda empresa deveria ter”, destaca Aurélio Pimenta, account director Latin America/Portugal da Essential Accessibility. A empresa é responsável por um aplicativo para desktop e Android, que permite a usuários com dificuldade para digitar, mover o mouse, ler a tela ou usar o touch screen de dispositivos móveis navegar na internet commais consistência e autonomia. O grande problema do Brasil nesse sentido está na raiz, na educação dos profissionais. “É de se esperar que as pessoas não entendam de acessibilidade digital. As empresas não sabem que os indivíduos com deficiência precisam de uma internet acessível para navegar, porque o assunto simplesmente não faz parte da formação de quem desenvolve sites no País”, explica Aurélio. Comece e adicione As barreiras de navegação na internet para pessoas com deficiência são as mais variadas possíveis. Elas partem da ausência de descrição nas imagens, passam pelos vídeos sem legendas, e chegam até os links impossíveis de acionar. Dentro desse cenário, é a acessibilidade que concede autonomia para essa galera. Aurélio explica que as empresas precisam entender também que existem diversos tipos de deficiência. Elas são divididas, de forma muito geral, em sensoriais (como a visual, auditiva e olfativa), cognitivas (relacionadas a compreensão e aprendizagem) e físicas. E cada uma pede uma solução diferente. Outro ponto importante para se ter emmente é que nem sempre a acessibilidade é perceptível para todos – o que não significa que ela não esteja contemplada. Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento do Ceweb.br e do W3C Brasil, órgãos parceiros do WPT, conta que uma imagem, por exemplo, é percebida por quem enxerga. Já uma pessoa cega, que usa uma tecnologia assistiva, vai consumir essa informação por meio dos textos alternativos. O que ele quer dizer com isso? Que as boas práticas de acessibilidade na web permitem a compreensão pelos usuários com deficiência, sem interferir na experiência dos usuários sem deficiência. Esse conceito pode ser levado ainda para outras situações, como os cabeçalhos (indicados por H1 a H6) nos títulos e subtítulos, que vão construir uma leitura ordenada e dar peso à mensagem. De acordo com Reinaldo, essa informação de valor semântico é importante para o usuário que acessa o site sem referência visual, pois permite ao leitor receber a informação codificada de forma mais adequada à compreensão. Arthur Igreja, professor da FGV e especialista em tecnologia e inovação, destaca que o design também está muito ligado à acessibilidade na web. “É preciso adaptá-lo. O layout deve ser minimalista, atrativo, intuitivo e amistoso”, conta. Ele destaca outro aspecto importante, para o qual os sites ainda não estão preparados: é hora de investir na questão da navegação por voz. “Já para as pessoas com algum problema com cores, como os daltônicos, você precisa que o verde e o vermelho, muito usados OWPT é importante no sentido de transferir a temática não só para os desenvolvedores, mas para o público mais amplo Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento do Ceweb.br e do W3C Brasil
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