Locaweb Edição 91
locaweb digital conference 41 REVISTA LOCAWEB Michelle, da Boutique de Krioula, trabalha com garra para enfrentar a seletividade do mercado Além de ser piloto de corridas, Bia é embaixadora e investidora do Lady Driver, app exclusivo para mulheres Embora nem todo empreendedor tenha nascido para ser Jason Calacanis – que investiu US$ 25 mil na Uber e, hoje, tem uma participação na plataforma avaliada emUS$ 350 milhões –, alguns direcionamentos de quem entende do assunto podem ajudar você a chegar lá. E o principal deles é que sucesso não é sinônimo de carro importado, viagem internacional e faturamento de R$ 1 milhão, mas de algo que vai muito além de tudo isso: impactar a sociedade de forma positiva. Tubarão ou sardinha? Tubarão é o termo usado pelo Shark Tank Brasil para classificar o time de empresários que os participantes devem convencer a investir em seu negócio. Na prática, são pessoas que já estiveram na outra ponta, prosperaram e transformaram-se emmentores. Quem pode dizer que chegou a esse patamar – por mais que não esteja no programa de TV – é Gilberto Lopes, fundador e CEO da Cuattro Trade Marketing. O empreendedor fez uma série de “bicos” até abrir sua própria empresa, mas nunca deixou de lado a criatividade. Tanto é que conseguiu estabelecer um ponto de vendas dentro de um “inferninho”. É que ele percebeu que as garotas que trabalhavam no local eram clientes em potencial de um plano de saúde por R$ 19,90 ao mês. “É preciso improvisar e criar nichos. Você tem que vender aquilo que as pessoas nem sabem que precisam.” Para José Salibi Neto, cofundador da HSM, o que faz um empreendedor alcançar o sucesso é a persistência. Quando pensou em trazer os melhores palestrantes do mundo para se apresentarem no Brasil, por exemplo, ele não achou que seria tão difícil convencê-los. “Para convencer Philip Kotler, fiz uma ligação para ele de um telefone público nos Estados Unidos. Gastei US$ 25 em moedas”, lembra. Vale ressaltar, entretanto, que José se encaixa no estereótipo do empreendedor brasileiro típico: homem, branco, heterossexual e com uma grana para investir. Mas a realidade do País é outra. Girl Power Michelle Fernandes, diretora- executiva da Boutique de Krioula, é um ponto fora da curva nesse cenário, o que revela que o mundo dos negócios temmuito a evoluir. Moradora do Capão Redondo, bairro da periferia de São Paulo (SP), ela abriu seu negócio com R$ 150, cartões feitos em papel sulfite e muita garra. Hoje, exporta acessórios que celebram a cultura afro-brasileira para países como Angola, Suíça e Estados Unidos. “Não há representatividade para uma mulher negra e periférica nesse mercado. Os moradores de onde eu venho, porém, se renovam todo dia. Os carros que vendem ovo e entregam pizza, por exemplo, nasceram nas periferias”, ressalta a profissional. Mas não é só Michelle que sente a dificuldade de ser empreendedora no Brasil. Nascida em um ambiente diferente, a piloto de corridas Bia Figueiredo ainda tem de lutar dentro e fora das pistas para ser respeitada. Hoje, também é embaixadora e investidora do Lady Driver, aplicativo exclusivo para usuárias e motoristas mulheres. “Queremos aproximar as meninas do volante”, garante. Independentemente do contexto, quem quer criar uma empresa precisa entender um ponto: cada um escolhe a montanha que vai subir. “Além de você, ninguém conhece sua jornada. Mas, lembre- se: o lado negativo não dá capa de revista”, alerta Tania Gomes Luz, vice-presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups). É preciso se planejar bem para superá-lo, antes de colher os frutos do sucesso.
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