Locaweb Edição 87
mundo design 53 REVISTA LOCAWEB S e o usuário encontra o que deseja à primeira vista, é sinal de que o site foi desenhado de acordo com sua necessidade. No universo do design, há quem defenda que o caminho percorrido até a informação ou compra tem que ser feito em, no máximo, três cliques. No Brasil, existem especialistas que concordam com essa máxima, enquanto outros garantem que ela é ummito. “Não acredito que os ‘três cliques’ sejam uma regra inviolável, mas é fato que, quanto mais complexas forem as ações, mais difícil será o caminho do visitante. Consequentemente, a chance de abandono durante o acesso aumenta, o que pode comprometer uma venda ou aumentar a taxa de rejeição de uma página de conteúdo”, afirma Fabio Granja, proprietário da agência Quarta Design. Na hora de aplicar a usabilidade ao desenvolvimento do site, entretanto, é preciso analisar com cuidado o que ela pretende transmitir. Um e-commerce, por exemplo, é bastante diferente de uma página de conteúdo ou serviço. “Quando o mote for apenas transmitir mensagens por textos, a regra dos três cliques deve ser sempre colocada em prática. Na verdade, as páginas de conteúdo simples funcionam até melhor com ainda menos cliques”, conta José Carlos Brandão Junior, diretor comercial da agência Auaha – nome que significa “criativo” para os maoris, povo originário da Nova Zelândia, cuja cultura é valorizada na empresa para estimular o processo de trabalho. Já se a intenção for vender um produto, a mensuração por cliques na busca pelo item não deve ser uma obsessão. Isso porque, segundo José Carlos, o usuário pode querer saber mais sobre o assunto e, dessa forma, encontrar as respostas com uma navegação mais demorada. Quem tem a mesma opinião é Eder Franco, diretor de criação da agência Bulls. “O caminho do usuário deve ser pensado de acordo com o propósito da plataforma. A ideia é guiá-lo na tomada de decisão, e limitar todos os tipos de página a três cliques é uma generalização perigosa”, comenta. Sem obseções Eduardo Fabro, diretor de marketing da Auaha, revela que, na agência, não há um case sequer de site desenvolvido em três cliques. “Isso mostra que, para nós, essa regra é ummito. Entender o comportamento de quem acessa a página é sempre a melhor opção antes de definir limites”, explica o "maori". De acordo com os especialistas, o caminho curto durante a navegação Fabio,daQuartaDesign:caminhotemquesersimples Eder,daBulls: limitartudoatrêscliquespodeserperigoso José,EduardoeRodrigo:sóciosdaAuahaadotamaculturamaoriparaestimularacriatividadeetranspornormas é importante, mas deve-se valorizar mais ainda o desenvolvimento de um ambiente simplificado, para, sim, algo que pode prender o leitor ou consumidor. “A partir do momento que o usuário entende onde está e encontra o que precisa, o desempenho da página tende a ser bom”, defende Daniel Peixoto, diretor de tecnologia e web analytics da Bulls. Ambiente responsivo A facilidade na navegação revela- se fundamental, principalmente, em telas menores, como as de tablets e celulares. Mais uma vez, para um site ser responsivo ele não precisa exatamente oferecer tudo em três cliques, mas ser o mais prático possível para o usuário. “Nas telas menores é preciso trabalhar com cuidado o encurtamento de passos. Isso pode ser fundamental para o propósito do site”, explica Eder. O scroll é lembrado por Eduardo para facilitar a navegabilidade em ambientes mobiles. “Em e-commerces, por exemplo, o caminho no celular é mais sintetizado do que no site. Para simplificar a jornada, ter mais rolagem é algo mais atraente do que apresentar várias páginas. E isso diminui os cliques automaticamente”, conclui.
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