Locaweb Edição 85
O Brasil tem um longo caminho pela frente quando se fala de ecossistema de inovação e tecnologia. O bom é que já começamos e podemos aprender com experiências bem-sucedidas. Entre os polos mais avançados domundo estão os ecossistemas da Califórnia e de Massachusetts, que criaramuma comunidade propícia para inovação, novos desafios e investimentos de alto risco na produção. Outro polo de destaque é Israel. Impulsionado pela situação adversa na região, produz tecnologia de ponta emdiversos setores, com investimento prioritário emeducação desde a fundação do Estado, há 70 anos. Os Estados Unidos, por exemplo, investem2,2%do Produto Interno Bruto (PIB) empesquisa e desenvolvimento (P&D); Israel aplica 4,4%, e o Brasil, apenas 1%. O que estamos presenciando no Brasil é o chamado “grassroots movement” (movimento social em que se enfatiza o empoderamento de grupos locais) em vários centros do País, como Santa Catarina, Minas Gerais, Recife, São Paulo, Campinas e São José dos Campos. Commuito interesse pelo setor de tecnologia e inovação, curiosidade e talento jovem e inovador, esses grupos têm gerado o aumento do número de empresas e buscado desafios audaciosos. Segundo a última estimativa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), em 2017 tivemos R$ 11 milhões de investimentos anuais em venture capital e, dentro dos fundos, cerca de 107 empresas investidas. Nosso País precisa criar universidades com foco em STEM + Business (universidades focadas em ciências, tecnologia, engenharia, matemática e business, com destaque para entrepreneurship e inovação) commetodologias modernas de preparação para os empregos do futuro, unindo os setores público, privado e acadêmico. É indispensável destinar bilhões anuais para P&D com foco em inovação e ciências básica e aplicada, engenharia, matemática e tecnologia, aceleradoras, incubadoras, e grupos de mentoria locais, nacionais e internacionais. Além disso, é imprescindível traçar um plano nacional de desenvolvimento dos setores regionais, bem como ter capital de risco, que inclui uma mistura de investidores individuais, institucionais e filantrópicos para levar as empresas da prova do conceito à expansão global. A solução para o Brasil entrar com força no setor de tecnologia e inovação é investir uma parte significativa do PIB em inovação, capacitação e desburocratização, criar um ecossistema juntamente com grandes empresas e executivos, e estabelecer conexão com os hubs globais de inovação para difundir nossas tecnologias, nosso talento e capacidade de produção tecnológica. Ric Scheinkman CEO da assessoria financeira corporativa Harpia Capital e sócio-fundador do SPIN Summit Brazil rscheinkman@harpiacapital.com spinsummit.com.br Hubs para o ecossistema brasileiro de inovação e tecnologia influenciador 18 REVISTA LOCAWEB
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