Locaweb Edição 85
entrevista 12 REVISTA LOCAWEB Como surgiu a ideia de criar a Five Years From Now? A Five Years From Now surgiu há 10 anos. Eu trabalhava na área de planejamento no mercado publicitário e fui sócia de duas agências, uma nacional e outra internacional. Uma coisa que sempre me irritava era o fato de as marcas pensarem muito em ações imediatistas. Por isso, quando eu vendi a minha parte do negócio, decidi criar uma empresa para pensar no futuro. E como o projeto se desenrolou ao longo desses 10 anos? No começo foi muito difícil, porque as pessoas, de maneira geral, estão sempre muito presas ao presente. O empreendedor brasileiro considera que pensar no futuro é perda de tempo. Ele prefere resolver os assuntos do dia a dia. Eu tinha uma proposta diferenciada, na qual os sócios de empresas participavam de um workshop para imaginar como a companhia estaria nos próximos cinco anos. Ao longo do tempo, os clientes começaram a me incentivar a dar palestras. Comecei a fazer isso e, quando a empresa fez cinco anos, parei com as consultorias e foquei em palestrar. Por que a Five Years From Now foca os próximos cinco anos e não dois, três, dez ou quinze? É relativamente fácil pensar nos próximos dois ou três anos. A pessoa que comprou um carro parcelado em 24 meses, por exemplo, já sabe que pagará a prestação pelos próximos dois anos. Por conta disso, ela também tem ciência de que não pode ficar desempregada, pois tem dívidas a pagar. Nesses períodos mais curtos é possível ver o futuro, mas sempre preso a algo com que você já se comprometeu. Quando se pensa em 10 anos, é o outro lado da moeda. É muito lá na frente. Sobretudo no caso das empresas. Com as mudanças rápidas do mundo, fica ainda mais difícil imaginar a rotina de uma companhia daqui a 10 anos. Por conta de tudo isso, cinco parece o número ideal. É um tempo perto o suficiente para imaginar e longe o bastante para sonhar. Essa visão do futuro de um negócio é interessante para qualquer tipo de empresa, incluindo pequenos e médios negócios? É interessante para qualquer pessoa, na verdade. Quem vai começar a empreender ou já está na atividade precisa colocar isso em prática. O Brasil já não é um país acolhedor para os empresários. Nos primeiros anos, apenas os que estão pensando alguns passos à frente costumam se manter vivos. Quem não analisou o futuro provavelmente será engolido pelos que fizeram esse exercício. Uma das coisas importantes é não confundir plano com planejamento. Como assim? Esse é um problema sério para muitos empreendedores. Algumas pessoas acham que planejar é escrever algo no papel e seguir isso à risca, sem possibilidade de mudança. Mas o processo ideal é olhar para o futuro e identificar vários caminhos. Além disso, é preciso estar ciente das oportunidades que ainda não foram exploradas por outros empreendedores e analisar por que ninguém apostou nelas. É preciso ter visão. Quais são as dicas que você dá para pequenas e médias empresas na hora de analisar o futuro de seus negócios? Eu gosto muito de pensar nas tendências. Sempre aconselho as pessoas a pensar profundamente sobre cada uma delas. O objetivo central é identificar se o assunto tem a ver com o que você gosta de fazer, com o que você está pretendendo empreender ou com o que você já empreende. E se a ideia do empreendedor não estiver relacionada às tendências mundiais? Se o mundo não estiver indo para o caminho da sua ideia, é muito mais difícil ela dar certo. Normalmente, os projetos obtêm sucesso à medida que têm a ver com as necessidades do planeta, das pessoas. Entretanto, não é impossível apostar em algo que você pensou sozinho e chegar lá. Os poucos gênios do mundo, como Steve Jobs, conseguem fazer coisas que as pessoas nem sabiam de que precisavam. Atualmente, quais são as principais dificuldades enfrentadas pelas pequenas e médias empresas quando o assunto é planejamento para o futuro? Muitas vezes, eu vejo que os pequenos e médios empreendedores ouvem conselhos de negócios e acreditam que as dicas não se encaixam em suas empresas. Eles acham que os conceitos funcionam apenas para as companhias grandes, e não com negócios de três, seis ou dez pessoas. Mas o fato é que eles têm, sim, relação com as PMEs (pequenas e médias empresas). Quando você pensa no futuro, consegue mudá-lo. E quando faz isso, é possível alterar tudo na sua vida. Planejar-se é olhar para o futuro e identificar vários caminhos. Alémdisso, é preciso estar ciente das oportunidades que ainda não foram exploradas por outros empreendedores e analisar por que ninguémapostou nelas. É preciso ter visão Se omundo não estiver indo para o caminho da sua ideia, é muitomais difícil ela dar certo. Normalmente, os projetos obtêmsucesso à medida que têma ver com as necessidades do planeta, das pessoas
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