Locaweb Edição 83
entrevista 15 REVISTA LOCAWEB de gente que nunca vai adquirir um serviço ou produto seu. E está perdendo tempo, gastando servidor e munição à toa, incomodando com spam. Quantidade, hoje, não significa resultado. No curso, você trabalha com o conceito de Geração C, que é a primeira da história não necessariamente identificável pela idade. A Geração C está sempre conectada à internet e interage bastante nas redes sociais, mas qual seria essa frequência? Essa alta frequência é relativa porque, dependendo da profissão e da idade, ela é contínua. A pessoa pode ficar online o tempo inteiro ou ter momentos intensos de relacionamento com a web. Pra mim, não faz muito sentido aquelas divisões X, Y, Z, porque, hoje, muitas vezes uma pessoa que já está numa idade avançada vive tão conectada quanto um adolescente. É o caso da minha mãe, que tem 80 anos e virou o “ás” do WhatsApp. A minha consultora e filha Clarice, que tem 12, fez uma lição de casa, entrevistando- me sentada em cima da mesa de jantar, e não percebi que ela estava me filmando o tempo todo. Ela editou em 15 minutos e mandou para a professora, com créditos subindo. Aí, eu que edito vídeo há 35 anos, vi que não sabia nada e pedi uma aula no dia seguinte. A Geração C faz com que a presença das empresas em todas as redes sociais seja necessária? Por quê? Não, porque, de novo, não é quantidade. É bom abrir logo uma conta para ninguém pegar o nome da empresa. Mas não adianta estar em todas as redes se não for usá-las com um plano e depois medir o resultado. Eu posso dar uma pista. Mais da metade dos lares já são conectados e há mais smartphones do que habitantes. Então, o que a gente chama de Geração C está se tornando a maioria, mesmo, ou a totalidade. A gente tem aplicativos que têm 100 milhões de usuários no mundo, como o Waze. O mitologista Joseph Campbell trabalha com 12 fases da "Jornada do Herói". No curso, ao abordar storytelling, você agrupou as fases da Jornada do Herói em sete estágios. Quais são essas sete fases e por que elas são tão poderosas? Eu usei o Joseph Campbell porque ele foi consultor da saga mais bem-sucedida da história do storytelling, que é “Guerra nas Estrelas”, uma das maiores bilheterias do cinema. O primeiro passo da "Jornada do Herói" é identificar quem é o herói. Numa empresa, por exemplo, o herói é o cliente. Depois, qual é a sua dor, sua necessidade? Ele tem um problema para ser resolvido, e vai ter que descobrir qual é. Aí, vem o mentor que, no caso da empresa, é o produto ou serviço que vai resolver a questão. Ela é a mentora. Então, o mentor tem um plano, porque ele já passou por aquilo. Na resolução do problema, vai ter uma hora que o pau vai comer, e o herói vai ter um conflito. Depois tem o clímax, que é o momento de superação dos obstáculos. E o último é a transformação. Como que ficou esse cara no final? Um dos módulos do curso é sobre autoridade e influência. Vale mais a pena correr o risco de associar a sua imagem à de um influenciador digital; trilhar um caminho para a empresa ser percebida como autoridade naquele segmento; ou as duas coisas? Usar influenciador é OK. Uma característica do mundo digital que tem que ser aproveitada é a possibilidade de fazer testes, dar passos curtos e ir ajustando a trajetória. Storytelling é fundamental. No caso de uma empresa pequena, melhor ainda, porque você começa com pouca grana e vai desenvolvendo a história do seu produto baseada no resultado. Conseguiu? Agora investe mais e vai contratando gente. É legal arriscar, mas se for com calma e errar totalmente o primeiro passo, ele será curto e não provocará grandes danos. E como o pequeno empreendedor pode se tornar uma autoridade? Credibilidade e transparência são as palavras- chaves. E a conquista disso não precisa ser algo demorado. Você começa a construir autoridade no dia um, na hora em que dá o nome para a empresa, no momento em que promete uma coisa e a cumpre. Existe algum código de conduta no curso para as empresas adotarem durante as crises? Tem duas coisas muito importantes. Reconhecer o erro (a crise) – tem que ser instantâneo. Você tem que falar assim: "pessoal, erramos. Desculpem-nos, vamos trabalhar para resolver isso o mais rápido possível". E o timing tem que ser o menor possível, desde que você não elabore a resposta de uma forma frágil, sem consistência. Eu usei o livro “Rápido e devagar”, do Kahneman, para construir o curso. O conceito Comunicação de alto impacto é atualizarpermanentemente o que você tem, para entregar com os olhos de quem você serve (do seu cliente) É impossível conhecer o viés do seu cliente se não conhecer o seu. Ao abrir uma empresa, você é o resultado de tudo o que viveu e aprendeu. E, por vezes, não percebe isso
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