Locaweb Edição 81

mundo UX 51 REVISTA LOCAWEB um designer faminto pensando em uma carne entre duas fatias de pão, e sim em um arquivo com gavetas. Se é verdade ou não, ninguém comprova, mas o fato é que, de lá para cá, milhares de sites o adotaram. “O menu hambúrguer é uma solução estética que ganhou corpo no mercado por agrupar um grande número de opções de navegação sem consumir espaço na tela. De quebra, é bastante simples de ser desenvolvido”, afirma Diogo Cavalcanti, líder de user experience (UX) da Try, empresa que cria soluções para plataformas digitais. Isso não significa, entretanto, que ele serve para qualquer página ou aplicativo. Antes de inclui-lo em seu modelo de negócios, vale a pena identificar quando ele realmente é útil. Melhor para mobile De forma geral, o menu hambúrguer é mais indicado para o ambiente mobile do que para o desktop. Afinal, sua principal função, que é reunir diversos dados em pouco espaço, cai como uma luva nas telas pequenas. Não à toa, diversos aplicativos famosos recorrem a ele. É o caso do Uber e do Gmail (do Google). “Essas duas plataformas, ao serem abertas, exibem de cara as ações mais importantes, mantendo-as sempre ao alcance do dedo do usuário. Já as demais funções disponíveis, como pastas de mensagens arquivadas ou histórico de viagens, estão listadas justamente num menu hambúrguer, no alto e à direita”, explica Diogo. Muito disso pode ser explicado pela atuação do Google em relação a esse tipo de interface, já que o posicionamento das informações na página influencia diretamente no Search Engine Optimization (SEO) – e no consequente rankeamento feito pelo buscador. “Não dá para dizer que é muito, mas o Google desvaloriza as informações que estão dentro do menu hambúrguer. Isso porque seu robô costuma dar preferência para o conteúdo que já está visível na tela. É por isso que o ideal é deixar ali apenas dados secundários”, explica Gustavo Petean, diretor da Plyn Interativa, que atua na interatividade e mensuração de dados de plataformas digitais. E no desktop? Enquanto o menu hambúrguer permanece saboroso no universo mobile, mesmo que sua função esteja restrita à reunião de itens menos importantes, o mesmo não pode ser dito em relação ao desktop. “Os usuários de computadores e notebooks procuram sempre por elementos familiares, desde que eles estejam à mão. Ao obrigá-los a clicar em ícones para visualizar opções, você perde a oportunidade de destacá-las e torná-las visíveis. E há muito espaço para fazer isso nas telas grandes”, afirma Diogo. Nesse caso, o melhor caminho, caso não queira poluir muito a homepage é buscar soluções alternativas de agrupamento de informações, como o modelo One Page. Nesse tipo de design, o site conta com uma página e, conforme o usuário navega e clica nos ícones, é direcionado para baixo, e não para uma nova aba. Panela velha Mesmo para o universo mobile, há opções inteligentes em relação ao menu hambúrguer, como a tab bar – barra com ícones para ação ou busca de dados, que geralmente é posicionada na parte inferior da tela. “Essa é uma alternativa de design que deixa visível as principais ações ou opções de navegação, com o benefício de estar mais próxima ao dedão do usuário”, explica Diogo. O mercado deixa claro, entretanto, que mesmo diante de técnicas mais modernas, o menu hambúrguer segue firme e forte no cardápio. “Radicalismo é para amadores. O empreendedor deve fazer com que o profissional de web coloque suas crenças sempre à prova. Há quem crucifique modelos antigos, mas não dá para negar que concentrar informações em três tracinhos ainda é algo bastante útil”, conclui Tharso Vieira, diretor de estratégias e um dos fundadores da Try. Para Diogo Cavalcanti, da Try, menu hambúrguer é intuitivo e fácil de ser feito, mas émais indicado paramobile O Google costuma dar preferência para o conteúdo visível na tela. É por isso que o ideal é deixar no menu hambúrguer apenas dados secundários Gustavo Petean, diretor da Plyn Interativa

RkJQdWJsaXNoZXIy MTU2Mg==