Locaweb Edição 81

entrevista 12 REVISTA LOCAWEB Como surgiu a ideia de criar a Social Miner? O conceito da Social Miner vem um pouco do meu background. Trabalhei muito tempo com inteligência artificial e fiz mestrado sobre o assunto no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Atuei na área quando me mudei para a França e acabei voltando ao Brasil para trabalhar como cientista de dados do Peixe Urbano. Todo esse contato com o perfil dos consumidores me deixou com um gostinho de quero mais pela ideia. Identifiquei-me com o tema e percebi que era uma oportunidade de mercado. Em 2014, fundei a Social Miner com o Roger Mattos. Nosso objetivo era relacionar o uso de algoritmos com a necessidade de entender as pessoas. Qual é a importância de investir em marketing humanizado? Os dados são muito importantes, mas não valem nada se você não entender o que há por trás das pessoas. As informações são ideais para entender o comportamento e a jornada do consumidor, mas não conseguem identificar as emoções necessárias para que ele conclua a compra. A chave é saber trabalhar com neurociência e identificar e ativar essas emoções na hora certa. Como a Social Miner identifica o comportamento das pessoas? Temos duas linhas de pesquisa. A primeira consiste em monitorar a atividade de usuários dos sites. Com isso, conseguimos analisar informações importantes, como quanto tempo a pessoa fica na página e dados de intenção de compra. A segunda etapa está ligada à neurociência. Contamos com uma série de especialistas da área dentro da Social Miner. Também acompanhamos e participamos de pesquisas sobre o assunto. Dessa forma, conseguimos ter uma base científica para saber como ativar as emoções necessárias para engajar e converter compras. As abordagens oferecidas pela empresa variam conforme o tipo do negócio? Como já trabalhamos com muitos clientes, temos modelos que funcionam praticamente com tudo. Alguns tipos de produtos e serviços têm mais poder de engajamento por natureza, como o turismo. Normalmente, nichos mais específicos, como equipamentos para um consultório médico, exigem abordagens mais diferenciadas. Atualmente, vocês têm vários clientes grandes. Poderia citar um case de sucesso? O Extra é um case que eu acho muito bacana. Eles decidiram criar uma ação de engajamento em uma sexta-feira 13, um dia pouco explorado no mercado de e-commerce. A estratégia para fazer as pessoas passarem mais tempo no site começava com a exibição de alguns balões, que explicavam a brincadeira. Funcionava assim: a empresa falava sobre a data e desafiava o consumidor a adivinhar quem era determinado personagem que estrelava filmes de terror – no caso, o Jason, da saga “Sexta-Feira 13”. As tentativas deviam ser digitadas no campo de busca, que indicava se a resposta estava certa ou errada. A pessoa que acertasse recebia um cupom de desconto, que só poderia ser usado naquele dia. Além de ser criativa, a ação deu um bom resultado de vendas. Por que é preciso dar espaço a essas campanhas que fogem do marketing tradicional? Aquele “varejão” que quer vender o produto de qualquer forma não funciona mais. Hoje, as pessoas não são mais obrigadas a assistir a um comercial. Na internet, elas consomem apenas o que querem. Por isso, é preciso estar preparado para atender a essas necessidades e voltar a atenção de forma adequada à jornada dos consumidores. O escritório da Social Miner aposta em conceitos como horários flexíveis, comida caseira todo dia e happy hour temático nos fins de mês. Por que vocês adotam essa cultura mais descolada? Chamamos o nosso escritório de Minerland. Sempre quisemos construir um lugar em que gostaríamos de trabalhar. Lá, tentamos evitar rótulos e criar uma atmosfera bacana. Acreditamos que um ambiente feliz é sempre mais produtivo. Por isso, além da meta de faturamento, temos a de felicidade. Também buscamos sempre por pessoas com perfis empreendedores. Até agora está dando muito certo. Quais são os planos para o futuro da Social Miner? Conquistamos muita coisa e muitos clientes grandes, como Livraria Cultura, Natura e Sephora. Nossa meta para o futuro é abrir a plataforma e dar mais foco às pequenas e médias empresas. Esse tipo de inteligência de engajamento precisa ser democratizado. Queremos atender milhares de clientes e ajudar empresas em crise a se reestabelecer no mercado e até a competir com os grandes players. Chamamos o nosso escritório de Minerland. Sempre quisemos construir um lugar em que gostaríamos de trabalhar. Lá, tentamos criar uma atmosfera bacana. Acreditamos que um ambiente feliz é sempre mais produtivo Contamos com uma série de especialistas de neurociência. Também participamos de pesquisas sobre o assunto para saber como ativar as emoções necessárias para engajar e converter compras

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