Locaweb Edição 80
capa 30 REVISTA LOCAWEB Ó culos fundo de garrafa, espinhas pelo rosto e roupa engomadinha. Quando se fala em nerd, é provável que automaticamente você pense nesse estereótipo. Só que o popular “CDF” no Brasil há tempos deixou de ser o esquisito da escola. Hoje, esse público adotou um termo menos pejorativo, o geek, e se transformou em uma ótima opção de mercado para o empreendedor. Isso porque ele consiste em um grupo de consumidores fiéis e exigentes, que consomem tecnologia, quadrinhos, filmes, jogos e mais, geralmente em grande escala. Não à toa, o mercado geek movimenta US$ 18 bilhões anuais, segundo informações da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral). E tem expandido os horizontes e partido das empresas de nicho até alcançar os grandes varejistas. A Riachuelo, por exemplo, é uma das marcas que possui linha estampada com super-heróis, como a Mulher Maravilha, e personagens de franquias famosas, a exemplo de Harry Potter e Star Wars. Outra empresa que criou uma seção específica para o público nerd foi a Livraria Cultura. Trata-se da Geek .etc.br, que traz produtos dedicados em um ambiente atrativo para esse tipo de consumidor. A lição que se tira disso tudo é que você não precisa ser um gigante do mercado ou uma empresa de nicho para conquistar essa base de clientes fiéis. É possível usar o poder das franquias para fazer com que uma série de produtos vendam commais facilidade. Tudo o que você precisa é entender como esse público se comporta e seguir algumas dicas tão preciosas quanto o Um Anel é para Sméagol. Nerd é mainstream A popularização do conteúdo nerd teve um boom em 2000, após o lançamento de “X-Men: O Filme”. À época, o longa- metragem conquistou 81% de críticas positivas no consagrado site Rotten Tomatoes e embolsou US$ 296 milhões em bilheteria – valor que se torna ainda mais assombroso diante do orçamento da película, que foi de apenas US$ 76 milhões. O sucesso nas telonas abriu caminho para a era de ouro dos super-heróis no cinema. Fiel a vários aspectos das HQs, sem deixar de lado a ação, o filme com os mutantes da Marvel transformou-se em referência para diversas franquias, que seguiram sua fórmula. Entre eles: a trilogia de Homem-Aranha (2002) e o emblemático “Homem de Ferro” (2008), que deu origem ao que se chama de Universo Cinematográfico Marvel (UCM) “Curiosamente, um personagem da quarta divisão de super-heróis da companhia e desconhecido do grande público, como o Homem de Ferro, fez com que a cultura nerd abraçasse o público em geral e atingisse outro patamar. Se você perguntar para qualquer pessoa que tenha o mínimo conhecimento de cinema, ela saberá quem é ele. E mais: Robert Downey Jr. se tornou um dos atores mais requisitados de Hollywood após o papel, sendo que sua carreira estava em declínio”, lembra Marcelo Forlani, sócio-fundador e diretor de Marketing do Omelete Group. Alémde se tornar um investimento lucrativo para os estúdios de cinema e para os negócios emgeral, a popularização dos quadrinhos também contribuiu para esse processo. Atualmente, tudo isso semistura para dar ao nerd o status demainstream. Marcelo, do Omelete Group, recomenda ter alguém na equipe que realmente entenda do assunto ou contratar uma consultoria com um fã-clube, por exemplo
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