"O MIT para mim era
algo impossível, disponível
apenas para norte-americanos.
Quando descobri que
poderia entrar, eu pirei"
Locaweb em Revista
Por que você decidiu
entrar no MIT?
Bel Pesce
Sempre gostei de criar e sempre fui
curiosa. Queria saber desde aspectos digitais, como
o funcionamento específico de um computador, por
exemplo, até coisas físicas, entre elas identificar como é
feito o fecho de uma bijuteria. Por ser curiosa e inventiva,
achava que faria algo relacionado à engenharia, pois não
sabia que empreendedorismo poderia ser uma carreira
propriamente dita. OMIT para mim era algo impossível,
disponível apenas para norte-americanos. Quando
descobri que poderia entrar, eu pirei. Tornou-se um
grande sonho que eu consegui realizar.
LW
De que forma o MIT contribuiu para
alavancar a sua carreira?
BP
Muitos acham que os cursos que eu realizei lá
mudaramminha vida, mas na realidade pelo menos
outros três fatores contribuíram para isso. O primeiro é
que, ao entrar no MIT, vi que nada seria impossível. O
segundo ponto são as pessoas que conheci, boa parte
delas inteligentes, interessantes e humildes. E o último
fator é que, no MIT, cursei diversas matérias e, dessa
forma, descobri novas paixões.
LW
Você trabalhou no Google e na Microsoft. Por
que decidiu se desligar destas empresas para
dirigir um negócio próprio?
BP
Eu era programadora em ambas as empresas e
fiquei entre três e quatro meses em cada uma, pois
tratava-se de uma vaga de estágio. Fui convidada para
ser efetivada, mas queria aprender e ir além, como fazer
parte dos processos de uma empresa e de um produto.
Por isso, decidi seguir meu próprio caminho.
LW
Foi assim que você criou o aplicativo para
organizar finanças batizado de Lemon?
BP
Sim. Criei o Lemon em parceria com o
empreendedor argentino Wences Casares, pois era
meu sonho trabalhar com ele. Como Casares já contava
com quatro empresas, sabia que seria como uma escola
trabalhar com ele. O mercado de aplicativos é muito
difícil, então tive de aprender desde como desenvolver
um produto até como funciona o marketing mobile. E
isso foi incrível.
LW
O seu mais novo projeto é a FazINOVA. Por
que você decidiu fundar esta escola?
BP
Sempre observei como equipes se relacionavam
e como trabalhavam para um projeto dar certo. O
lw
entrevista
problema é que aspectos básicos, como as habilidades
em se relacionar com pessoas e a humildade, estavam
sendo esquecidas. Então, no ano passado, decidi criar o
meu ambiente dos sonhos, que é esta escola.
LW
Quais são os próximos passos da FazINOVA?
BP
A FazINOVA foi lançada em abril e já temmais
de 300 alunos. Por enquanto, as aulas são presenciais
e os cursos são sobre inovação, empreendedorismo e
habilidades. O objetivo é ampliar os cursos e trazê-los
para a plataforma online com uma boa estrutura para
que, independente do talento, uma pessoa consiga
achar sua vocação ou descobrir novas paixões.
LW
Fale sobre seus dois livros,
A menina do Vale
e
Procuram-se super-heróis
. Quais são os objetivos
dessas obras?
BP
A menina do Vale
traz 20 histórias simples, mas
poderosas que eu escrevi para nunca esquecer. Foi um
modo que achei para compartilhar meu aprendizado.
O livro teve mais de ummilhão de downloads e traz
dicas empreendedoras que podem ser aplicadas não
apenas no trabalho, mas também na vida cotidiana
das pessoas.
Procuram-se super-heróis
, por sua vez,
analisa algumas das características básicas necessárias
para que uma pessoa consiga crescer pessoalmente
e profissionalmente ajudando os outros. Tive a ideia
de escrevê-lo porque, ao olhar para trás, vejo como os
outros ajudaram e mudaramminha vida. É ummodo
de mostrar que todos somos super-heróis.
Empreendedora posa em frente ao famoso Massachusetts
Institute of Technology, nos EUA, onde estudou
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