Viaje Mais 254

viaje Mais | 47 T odos os dias, de manhã bem cedo, os pescadores de Galinhos se juntam na portadacasadeDonaBahia, quedeixa uma garrafa térmica de café na janela para quem quiser se servir. É um ritual ma- tinal: um café na Dona Bahia antes de sair para pescar seja de barco ou para catar ma- riscos (vôngole) que a maré cheia traz todos os dias até a areia da praia. Enquanto isso, na Pousada Peixe Galo, a proprietária Ana Müller fica de olho nas cabras que chegam de mansinho e entram para comer as flores do jardim. Na praia, a molecada brinca de dar saltos das jangadas ancoradas, e, pelas ruas de paralelepípedos, charretes puxadas acavalo, únicomeiode transportepúblicodo lugar, seguemparao trapichedosbarcospara receber os recém-chegados e transportá-los comas bagagens até as pousadas. Galinhos é assim: umsossego só, umaviladepescadores que se abriu para o turismo semperder a at- mosfera autêntica e rústica. É um lugar para quemquer se isolar, gosta de praias desertas e curte o astral de paraíso não-descoberto. Galinhos é uma das praias mais isoladas do litoral do Rio Grande do Norte. Fica na ponta de uma península de areia a 170kmde Natal, separada do continente por umbraço demar e umgrande conjunto de dunas. Para chegar lá sómesmodebarco. Ocarrofica em um estacionamento da prefeitura do outro lado do tal braço de mar, de onde partem as traineiras que levama Galinhos. São dezmi- nutosde travessia. Por contadessadificuldade de acesso, ovisitante tema sensaçãode estar chegando a uma ilha. O povoado é pequeno e modesto, tem cercadetrêsmilmoradores.Asruasganharam calçamentodeparalelepípedoháalgunsanos, mas muitas delas ainda são de areia. Apesar

RkJQdWJsaXNoZXIy Mzk0Njg=