Ouro de Tolo
48 CAPÍTULO VIII HONESTIDADE A lgum tempo atrás assistindo a um desses programas de TV que mostram o lado dos que se recuperaram após anos no crime, escutei o relato de um rapaz que havia se envolvido com o tráfico de drogas. Ele falava sobre as quantias que recebia, mas também sobre as dificuldades que tinha para gastar o dinheiro. Sentia medo e insegurança sempre que saía de casa e ficava nervoso com a possibilidade de ser preso enquanto passeava pelo shopping com sua namorada. Sempre desconfiava de tudo e de todos. Já livre do crime, disse que a melhor sensação de sua vida foi poder passear de mãos dadas com sua garota sem preocupações, medo ou sentimento de culpa, mesmo sem ter dinheiro para gastar. É difícil para alguém honesto imaginar que algo tão simples como ir ao shopping possa provocar tanta insegurança em alguém. Afinal de contas, quem nunca teve que se preocupar com algo assim, dificilmente teria se dado conta do significado disso, não fosse por esse relato. A honestidade é um alento para a alma, pois nos permite andar tranquilos e despreocupados sem nada a temer. Apesar de o exemplo citado ser extremo, existem diversas outras situações cotidianas que “Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem.” Jorge Benjor
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